Marcelo evoca o "mais destacado intelectual público"
"Eduardo Lourenço [que morreu esta terça-feira, 1 de dezembro, aos 97 anos] foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público", refere uma nota divulgada no site da Presidência da República.
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o ensaísta nunca esteve "alheado dos debates do nosso tempo, nem das vicissitudes da política".
"Devemos-lhe algumas das leituras mais decisivas de Pessoa, que marcam um antes e um depois, e um envolvimento, muitas vezes heterodoxo, nas questões religiosas, filosóficas e ideológicas contemporâneas, do existencialismo ao cristianismo conciliar e à Revolução", enalteceu.
Entre "todos os intelectuais portugueses da sua envergadura", na perspetiva do chefe de Estado, "nenhum outro foi tão alheio à altivez, à autossatisfação, ao desdém intelectual, ao desinteresse pelas gerações seguintes".
"Vencedor de diversos prémios, incluindo o Pessoa e o Camões, distinguido por quatro vezes com ordens nacionais, e também reconhecido no estrangeiro, o Prof. Eduardo Lourenço deu-me a honra de integrar o Conselho de Estado", elencou.
Marcelo Rebelo de Sousa apresentou as suas sentidas condolências aos familiares "pela perda deste amigo, deste sábio, desta figura essencial do Portugal em que vivemos".
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou a morte de Eduardo Lourenço, que classificou de "uma das mentes mais brilhantes deste país".
"Não posso deixar de lamentar profundamente a morte de Eduardo Lourenço, uma das mentes mais brilhantes deste país", disse Graça Fonseca, numa mensagem enviada à agência Lusa.
A governante acrescentou que "Eduardo Lourenço foi um pensador, arguto e sensível como poucos, e incansável combatente do caos dos dias".