Grease: um musical que dá oportunidade a novos talentos
Foto: Gerardo Santos

Grease: um musical que dá oportunidade a novos talentos

O espetáculo vai estar no Capitólio, em Lisboa, de 3 de outubro a 7 de novembro. A primeira fase do 'casting' contou com 200 inscritos de onde foram selecionados 90.
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A Califórnia de 1959 está a chegar ao Capitólio, em Lisboa, com o musical Grease, que estará em cena de 3 de outubro a 7 de novembro. 

O espetáculo produzido pela Yellow Star Company já tinha estado em cena em 2018, no Casino Estoril. “Foi um sucesso tão grande que achávamos que tinha que vir para Lisboa algum dia”, sublinha o encenador Paulo Sousa Costa em conversa com o DN, no começo do segundo casting para esta produção, aberto ao público, que decorreu ontem, quarta-feira, no Capitólio, em Lisboa.

O texto desta produção foi adaptado para português, exceto as músicas. “Foi uma decisão minha, mas eu acho que faz sentido as músicas continuarem a ser cantadas em inglês, porque as músicas são tão conhecidas”, disse o encenador, acrescentando que a ideia é manter as referências do Grease. “O musical está muito fiel ao texto original”.

A primeira fase do casting contou com 200 inscritos, de onde foram selecionados 90. A segunda fase irá eleger o elenco para o musical. “Nós conhecemos muitos atores muito bons, mas achamos sempre que é preciso dar oportunidade a outros, senão são sempre mais ou menos os mesmos. E se não fizermos isto, como é que vamos descobrir novos atores? “, afirma o encenador Paulo Sousa Costa.

A cofundadora da Yellow Star Company, Carla Matadinho, mencionou também a importância de dar oportunidade aos artistas. “É fundamental que a cultura chegue a todos. Este espetáculo tem um elenco muito grande e jovem. Fazia todo o sentido abrir portas e comunicá-lo intensamente, para que fosse possível descobrir novos talentos. Não só estamos a selecionar o elenco que fará parte do musical Grease, mas também fica um registo na Yellow Star Company”

O encenador explicou que o casting é para todos os papéis, exceto para o de Sandy, que já se encontra atribuído. 

No Parque Mayer, a ensaiar antes de serem chamados para a audição, estava Maria Lourenço, de 21 anos, com roupas dos anos 1960, e Marco Ferreira, de 24 anos. Os dois jovens atores vieram do Porto para Lisboa de propósito para o casting e descobriram esta iniciativa a partir das redes sociais. 

 Maria Lourenço, de 21 anos, e Marco Ferreira, de 24 anos, a ensaiar.
Maria Lourenço, de 21 anos, e Marco Ferreira, de 24 anos, a ensaiar.Foto: Gerardo Santos

Maria Lourenço começou a trabalhar em teatro musical em 2021. “Comecei a frequentar o curso de teatro musical da Academia de Música de Vilar do Paraíso e tenho feito trabalhos para aí como bailarina e cantora”, diz ao DN.

Já Marco Ferreira estudou teatro, mas a música sempre foi um dos seus interesses. “Sempre tive aquela coisa pela música e por juntar as áreas, eventualmente. Depois fiz uma audição para uma companhia no Porto de teatro musical e desde aí que tenho feito musicais”.

O jovem de 24 anos contou que foi para a primeira fase sem saber o que esperar. “Acho que isso ajudou um bocado, porque já não fazia um casting há muito tempo”.

Já Maria Lourenço sublinha que estava nervosa. “Fiquei com uma expectativa de 'ok, vai ser uma audição para me divertir, não vou passar e vai ficar tudo bem. É só mais um não e está tudo bem’. O meu problema era que eu via as outras pessoas com figurinos e eu vinha simples, vinha eu, mas não hoje”.

Para esta segunda fase, a jovem continua sem expectativas. Já Marco Ferreira refere como os textos de preparação são mais difíceis. “Acho que se nota que é a segunda fase, porque o material é um bocadinho mais difícil e eu estou um pouco mais nervoso por causa disso”.

No entanto, dentro do Capitólio entram três concorrentes de cada vez. Uma das primeiras foi a Madalena Silveira Romão, de 19 anos, que também teve conhecimento do casting através das redes sociais. Ao DN, explicou que começou a fazer teatro musical com cinco anos como forma de perder a timidez. Aos dez anos parou devido a conflitos de horário com as aulas. “No 10º ano decidi ir para a Escola Profissional de Teatro de Cascais, onde ainda estou a acabar o curso”. 

Esta audição foi a primeira de Madalena Silveira Romão e foi a primeira candidata a chegar à primeira fase, às 8h45. Na segunda fase, a jovem menciona que estava mais nervosa. “Eram menos pessoas e isso provoca sempre aquele friozinho na barriga. Tentei diverti-me, porque acho que é o mais importante”. 

Para a audição, Madalena Silveira Romão levou um lenço vermelho, cigarro falso e fósforos. “Decidi dar o meu cunho pessoal. Em casa procurei adereços que pudesse utilizar. Fiz um cigarro a fingir e encontrei a caixa de fósforos. No texto, é referido que elas acendem o cigarro com fósforo. Acho que os adereços faz-me sentir mais acompanhada quando estamos a representar”. 

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