Dois dos cinco suspeitos detidos na quarta-feira, 29 de outubro, no âmbito da investigação ao roubo de joias avaliadas em 88 milhões de euros no Museu do Louvre, em Paris, foram formalmente acusados este sábado, anunciou a procuradora da República de Paris, Laure Beccuau.Os dois suspeitos, um homem de 37 anos e uma mulher de 38, são agora arguidos - no caso do homem, já conhecido das autoridades por crimes anteriores, por associação criminosa e roubo em grupo organizado no caso do homem; a mulher é acusada de ter sido cúmplice. Ambos ficam em prisão preventiva.Os três restantes detidos foram entretanto libertados sem acusações, após dois dias de interrogatórios, de acordo com os media franceses e agências internacionais.O assalto, ocorrido há pouco mais de uma semana, envolveu um grupo de quatro homens que conseguiu aceder à Galeria de Apolo, onde se encontram joias da coleção Napoleão da coroa francesa. De forma meticulosa, os assaltantes disfarçaram-se de trabalhadores de obras e usaram um monta cargas para chegar a uma das janelas do museu e escapar com o valioso espólio.Entre as peças roubadas, que continuam por recuperar, estão colares, tiaras e pedras preciosas de valor histórico incalculável. As autoridades calculam o prejuízo em cerca de 88 milhões de euros.A procuradora confirmou ainda que dois outros homens, detidos na semana anterior - um deles apanhado no aeroporto de Roissy, quando tentava embarcar para a Argélia -, já tinham sido acusados e colocados em prisão preventiva.De acordo com o Ministério Público francês, as novas detenções resultaram de provas recolhidas através de ADN, imagens de videovigilância e registos telefónicos, e não de confissões. Até ao momento, os dois últimos suspeitos detidos negam qualquer envolvimento no golpe.Nem os nomes nem detalhes biográficos sobre os suspeitos foram divulgados.Os investigadores do Gabinete Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais (OCBC) acreditam que as joias não voltarão a aparecer no mercado legal da arte e, em vez disso, poderão estar a ser usadas como moeda de troca em redes criminosas ou operações de branqueamento de capitais.Cerca de 100 investigadores estão mobilizados para trabalhar sete dias por semana no caso, contando já aproximadamente com 150 amostras forenses analisadas e 189 itens lacrados como prova.Segurança “totalmente obsoleta” no LouvreO caso causou uma onda de críticas à gestão da segurança no Louvre, o museu mais visitado do mundo. A ministra da Cultura, Rachida Dati, revelou na sexta-feira as primeiras conclusões da investigação interna, que apontam para uma “subestimação crónica do risco de intrusão e roubo” e para protocolos de resposta “totalmente obsoletos”.Para corrigir essas falhas, Dati anunciou a instalação de barreiras anti-intrusão e outros sistemas de segurança até ao final do ano.Enquanto isso, a polícia continua a tentar localizar os restantes membros do grupo e, sobretudo, as joias desaparecidas que, até agora, continuam em parte incerta..Detidos cinco novos suspeitos do roubo de joias no Museu do Louvre