A Ucrânia quer que as Nações Unidas garantam a desmilitarização da central nuclear de Zaporijia, que está sob controlo russo, disse o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após um encontro com o secretário-geral das ONU, António Guterres..Na reunião com Guterres, realizada na cidade ucraniana de Lviv, Zelensky acusou a Rússia de fazer chantagem com a segurança da central nuclear de Zaporijia (sudeste da Ucrânia), segundo relatou na rede social Telegram..Zelensky disse que o clima de "terror deliberado da parte do agressor pode ter consequências catastróficas a nível global" no caso de um acidente nuclear na central, a maior do género na Europa.."A ONU tem de garantir a segurança deste ativo estratégico [central nuclear de Zaporijia], a sua desmilitarização e completa libertação das tropas russas", defendeu..As forças russas controlam a central de Zaporijia, mas ambas as partes acusam-se mutuamente de ataques que podem provocar um desastre nuclear..A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais na de Zaporijia..Zelensky disse também que ele e Guterres concordaram em prosseguir com a implementação do acordo que permitiu o restabelecimento da exportação de cereais ucranianos que estavam bloqueados desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro..O acordo, celebrado no final de julho, envolve a Ucrânia, a Rússia, a Turquia e a ONU..Além do encontro com Guterres, Zelensky reuniu-se em Lviv com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan..Após os encontros bilaterais, realizou-se uma reunião entre Zelensky, Erdogan e Guterres..No exterior do palácio de Potocki, local da reunião trilateral, concentrou-se um grupo de familiares e amigos dos militares ucranianos feitos prisioneiros pelos invasores russos na fábrica Azovastal, em Mariupol (sul), para pedir ao secretário-geral da ONU que interceda a favor destes, de acordo com a EFE..Os manifestantes pretendem que os líderes mundiais persuadam o Presidente russo, Vladimir Putin, a permitir que a Cruz Vermelha e a ONU tenham acesso aos locais de cativeiro dos prisioneiros de Azovastal para verificar as suas condições e acertar os termos da sua libertação..Oksana Dubyk, mulher de um dos prisioneiros ucranianos disse à EFE que estava dececionada com a "inércia" e a "impotência" demonstradas pela ONU e pela Cruz Vermelha, mas mostrou-se esperançosa de que António Guterres "finalmente acorde" e comece a ajudar os prisioneiros ucranianos.