Taxas dão início a jogo de pingue-pongue entre Governo e Câmara
O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, afirmou hoje que não quer entrar num "pingue-pongue" com António Costa, mas a verdade é que o jogo está no auge.
O último ataque foi lançado pelo candidato socialista a primeiro-ministro, que disse hoje que Paulo Portas, "não tem legitimidade" para falar sobre a taxa para turistas em Lisboa, quando o Governo cobra muito mais.
"Sobre os turistas não tem legitimidade para falar, porque por cada embarque já cobra no mínimo doze vezes mais do que aquilo que nos propomos cobrar e por cada dormida já cobra quatro vezes mais", afirmou o autarca de Lisboa.
Antes o ataque fora de Paulo Portas, que, dizendo não querer jogar pingue-pongue, lançou a bola. "Não vou entrar num pingue-pongue com o Dr. António Costa, mas vou ser pragmático e dar uma sugestão que eu acho que ajuda a resolver o problema. (...) Refletir um bocadinho mais e rever moderadamente uma posição não fica mal a ninguém", dissera o governante, numa reação ao desafio lançado ontem pelo autarca socialista.
António Costa questionara quanto cobram os organismos governamentais por passageiro que desembarque em Lisboa e qual a receita do Estado com dormidas na capital.
"Convido o senhor vice-primeiro-ministro a informar quanto cobram o Estado e cada um dos seus organismos por passageiro que desembarque no aeroporto de Lisboa", dissera o candidato único a secretário-geral do PS. "Já agora, qual a receita de IVA que o Estado cobrou pelas dormidas no concelho de Lisboa?", perguntara ainda António Costa, quando confrontado com as críticas anteriores de Paulo Portas às novas taxas anunciadas para Lisboa.
O líder do CDS e vice-primeiro-ministro considerara que é arriscar matar a atual "galinha dos ovos de ouro" do crescimento da economia, que é o setor do turismo.
O primeiro a lançar a bola deste jogo de pingue-pongue foi Pires de Lima, ministro da Economia, que, num debate que ficará para a história sobre o Orçamento de Estado 2015, criticou, num tom entre o irónico e o agressivo, as "taxas e taxinhas" da Câmara de Lisboa.