O ministro da Economia disse esta quinta-feira que os factos da investigação relacionada com o projeto do hidrogénio verde em Sines, noticiada hoje, "não têm qualquer fundamento" e acrescentou que vai avançar com uma queixa-crime por "denúncia caluniosa"..A reação à notícia da Sábado foi avançada pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, numa conferência de imprensa sobre os novos apoios às empresas aprovados hoje em Conselho de Ministros..Siza Vieira começou por dizer que pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) informação sobre o processo em que é visado, sublinhando que, "a confirmar-se" a sua existência e com origem numa denúncia, essa denúncia é "caluniosa"."Pedi [à PGR] que considerasse essa minha comunicação como uma queixa-crime pela prática de crime de denúncia caluniosa", frisou Siza Vieira, acrescentando que "os factos" que lhe são imputados "não têm qualquer fundamento".."Os factos enunciados na Sábado são factos públicos e completamente conhecidos, ou seja, que o Governo aprovou uma estratégia de hidrogénio e que eu participei num conjunto de eventos públicos onde a estratégia do hidrogénio foi discutida e onde tive reuniões com empresas, como tenho todos os meses", declarou o governante.."Neste momento, não existe nenhuma decisão que o Governo tenha tomado em relação a qualquer espécie de apoio onde tenha sido celebrado qualquer contrato relativamente a este tema, o hidrogénio", acrescentou Siza Vieira..Segundo a revista Sábado, o ministro da Economia e o secretário de Estado da Energia estão a ser investigados por causa de um projeto de hidrogénio verde em Sines, num inquérito que, segundo a Procuradoria Geral da República, não tem arguidos constituídos..Segundo escreve a revista, o ministro Pedro Siza Viera e o secretário de Estado João Galamba estão a ser investigados num processo que averigua "indícios de tráfico de influências e de corrupção, entre outros crimes económico-financeiros"..A Sábado diz ainda que os governantes "são suspeitos de favorecimento do consórcio EDP/Galp/REN no milionário projeto do hidrogénio verde para Sines"..Pedro Siza Vieira e João Galamba "estão sob apertada vigilância das autoridades judiciais e policiais porque fazem parte do grupo de alvos principais num inquérito-crime que averigua indícios de tráfico de influência e corrupção, entre outros crimes económico-financeiros", acrescenta a revista..A publicação escreve ainda que a investigação criminal terá nascido de "uma denúncia canalizada no ano passado ao MP [Ministério Público], que alertava essencialmente para suspeitas de favorecimento de grupos empresariais naquele que é seguramente o maior investimento financeiro público lançado pelos dois governos liderados por António Costa: o plano nacional do hidrogénio"..Questionada pela Lusa, a PGR apenas confirmou a existência de um inquérito a correr termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, ainda sem arguidos constituídos.."Confirma-se apenas a existência de um inquérito a correr termos no DCIAP. O mesmo encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça", indica a PGR.