PGR confirma inquérito a negócio que envolve Siza Vieira e Galamba

DCIAP abriu inquérito a vários membros do governo, incluindo o ministro da Economia e o secretário de Estado adjunto e da Energia, avançou a <em>Sábado</em> e confirmou o DN. Em causa estarão suspeitas de tráfico de influência e corrupção no projeto de hidrogénio.
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Na edição desta semana, publicada nesta quinta-feira, a Sábado avança que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e uma Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária estão a investigar vários membros do governo, nomeadamente o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e o secretário de Estado adjunto e da Energia, João Galamba.

A revista escreve que existem "indícios de crimes de corrupção e tráfico de influência" em negócios associados ao projeto do hidrogénio verde. A Sábado terá apurado que a investigação criminal estará numa "fase avançada", tendo nascido de uma denúncia enviada ao Ministério Público em 2019. Esta denúncia alertaria para suspeitas de favorecimento de grupos empresariais no plano nacional do hidrogénio.

A publicação refere que o procurador e a equipa da PJ já "terão recolhido indícios de terem sido praticados crimes durante os meses em que os membros do governo estiveram a realizar encontros com pré-candidatos privados" aos negócios do hidrogénio.

As autoridades estarão atentas às relações "entre membros do governo e elementos de grandes empresas privadas do consórcio integrado pela EDP, Galp, REN, Martifer e Vestas", sendo esta última uma empresa dinamarquesa.

Ao DN, fonte da Procuradoria-Geral da República confirma "apenas a existência de um inquérito a correr termos no DCIAP" e que "o mesmo encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça".

O governo estima que, nos próximos dez anos, o investimento privado possa ultrapassar os sete mil milhões de euros, que será suportado por apoios de 900 a mil milhões de euros.

Questionado pelo Dinheiro Vivo e pelo Diário de Notícias, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital afirma não ter conhecimento de qualquer investigação a que o seu nome esteja associado.

O DV e o DN tentaram obter uma reação do Ministério do Ambiente, mas o mesmo não pretende fazê-lo e afirma que nada mais tem a dizer além do que está na revista, que não conhece o processo. João Galamba reagiu do mesmo modo nas páginas daquela edição.

Contactada pelo DV, a Galp e a Martifer ambas dizem também nem sequer conhecer o processo e, logo, não pretendem comentar.

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