Venda do Estádio José Gomes. O embróglio continua

Recinto desportivo tinha base de licitação de 5, 1 milhões de euros e a oferta do Estrela da Amadora foi de dois milhões. Proposta foi recusada (para já) segundo o administrador da insolvência, mas submetida, segundo os tricolores, o que obriga o administrador a apresentá-la à Comissão de Credores.
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A SAD do novo Estrela da Amadora falhou a compra do estádio José Gomes, na Reboleira. Pelo menos por hoje. A sociedade liderada por André Geraldes apresentou esta quinta-feira uma proposta em carta fechada para aquisição do recinto desportivo, por dois milhões de euros, que não foi aceite.

"A proposta foi recusada e os cheques visados que a acompanhavam devolvidos", disse ao DN, Jorge Calvete. O administrador de insolvência do antigo Estrela da Amadora, explicou que a proposta nunca podia ser aceite por não ser no valor base definido e que, "para ser apreciada, tinha de ser superior a três milhões de euros" e ressalvando que a mesma ainda podia ser aceite pelos credores.

A leiloeira Onifix colocou o recinto em leilão pela primeira vez em 2019 pelo valor e seis milhões de euros. Na altura houve duas propostas mas ambas inferiores ao valor de licitação, por isso o valor do espaço, que inclui o estádio, o campo de treinos e edifício onde funciona o bingo, foi diminuído para 5,1 milhões de euros. Valor que se mantém.

Situado em zona nobre de habitação e comércio da Reboleira (Amadora), o estádio José Gomes está protegido de interesses imobiliários por um Plano Diretor Municipal (PDM) que impede a construção de imóveis. Ou seja, aquele terreno apenas serve para exploração desportiva.

Para evitar que o recinto caísse nas mãos de um qualquer fundo ou investidor capaz de expulsar o Club Football Estrela da Amadora, a administração da SAD avançou com a compra pelo valor de dois milhões de euros, tal como o administrador André Geraldes tinha adiantado na reportagem do DN, em dezembro de 2020.

Os donos do novo Estrela tinham recuperado o símbolo e os estatutos do antigo clube, continuando a faltar o estádio e a Taça de Portugal ganha pelo clube em 1990. Tal como o DN contou em janeiro, o troféu que o brasileiro Duílio levantou no Jamor a 3 de junho de 1990 foi penhorada ilegalmente, estando embalada e guardada, no Porto, na garagem da sogra de um advogado.

O Estrela da Amadora faliu em 2009, considerado insolvente em 2010 e extinto em 2011, depois de descer de divisão na secretaria devido aos problemas financeiros, com dívidas a fornecedores, a funcionários, a jogadores, às Finanças e à Segurança Social no valor de 36, 8 milhões de euros. Um imbróglio que ainda hoje se mantém.

A última presença entre os grandes do futebol português foi em 2008-09. Para a história ficaram os míticos jogos na Reboleira nas 16 presenças no campeonato principal e os dois sétimos lugares como melhores registos (1993-94 e 1997-98). Já este ano e depois de refundado em 2011 e fundido com o Sintra Football, o Clube de Futebol Estrela da Amadora passou a ser Club Football Estrela da Amadora SAD.

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