O Estrela da Amadora está de volta

Sócios do emblema da Reboleira, refundado em 2011, aprovaram a fusão com o Sintra Football. Tricolores vão jogar no Campeonato de Portugal. É o regresso aos nacionais. Clube recupera o nome e o emblema e dará origem a uma SAD liderada por André Geraldes, <em>ex-team manager</em> do Sporting.
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Aí está o Club Football Estrela da Amadora SAD. A fusão do Clube Desportivo Estrela (antigo Estrela da Amadora Clube de Futebol) com o Club Sintra Football foi aprovada em Assembleia Geral, este sábado, com 92% dos votos, e permite o renascimento do clube histórico da Reboleira (Amadora). Em vez de Clube de Futebol Estrela da Amadora passa a ser Club Football Estrela da Amadora. O jovem emblema de Sintra fundado em 2007 deixa assim de existir.

Refundado em 2011, o emblema tricolor não perdeu a mística que um dia o ajudou a vencer a Taça de Portugal em 1990 (penhorada por dívidas a um jogador e à guarda do tribunal). Agora ganha nova vida. A fusão permite ao Estrela sair de vez dos distritais e voltar ao escalão nacional, usando a licença do Sintra Football, que conseguiu a permanência antes do fim do campeonato devido à pandemia a 12 de março.

O símbolo antigo do emblema da Reboleira também já foi recuperado pelo clube e será cedido à futura SAD, com capital nacional e estrangeiro. A maioria são investidores portugueses, sendo o filho de Paulo Lopo, presidente da SAD do Leixões, um dos investidores privados. O presidente será o ex-team manager do Sporting, André Geraldes, que deixou há dias de ser CEO no Farense. O objetivo é colocar o Estrela na I Liga em três anos!

O velhinho Estádio José Gomes poderá assim ganhar nova vida e voltar a receber jogos a nível nacional... mas para isso é preciso recuperá-lo. As dívidas do antigo Estrela ascendem a 36 milhões de euros, sendo o Estado o principal credor. Para abater parte das dívidas, o recinto foi colocado em leilão em 2019, com o valor base de seis milhões de euros, mas desde então ainda não foi colocado em venda. Agora segundo o DN apurou a administração do novo clube negoceia recuperar apenas a parcela desportiva por cerca de dois milhões de euros.

O Estrela da Amadora faliu em 2009, considerado insolvente em 2010 e extinto em 2011, depois de descer de divisão na secretaria devido aos problemas financeiros, com dívidas a fornecedores, a funcionários, a jogadores, às Finanças e à Segurança Social. A última presença entre os grandes do futebol português foi em 2008-09. Para a história ficaram os míticos jogos na Reboleira nas 16 presenças no campeonato principal e os dois sétimos lugares como melhores registos (1993-94 e 1997-98). Lá jogaram Abel Xavier, Dimas, Paulo Bento, Miguel, Jorge Andrade, Calado, Chainho ou Rebelo (o eterno capitão do Estrela). Pelo banco passaram Cabrita, José Torres, Medeiros, Jesualdo Ferreira, Quinito, Fernando Santos, Jorge Jesus e até Mourinho como adjunto de Manuel Fernandes.

Refundado, por seis sócios (2011), o Clube Desportivo Estrela herdou os estatutos e os ideais, apostando na formação do futebol e noutros desportos, voltando a constar do calendário desportivo, mas a nível regional. Com menos de 200 mil euros de orçamento, o clube começou a competir na Série 2 da 1ª Divisão da Associação de Futebol de Lisboa e foi subindo. Antes da paragem por causa da pandemia estava em 8.º lugar na a Série 2 da 3.ª divisão distrital da AFL. Em janeiro os grandes jogos voltaram à Reboleira. O duelo com o Belenenses levou milhares de adeptos ao estádio, fez reviver os grande duelos entre ambos na I Liga e mostrou vitalidade. Mesmo a jogar nos distritais, as bancadas do José Gomes tinham cerca de 1500 pessoas por jogo. Sócios são cerca de 2500.

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