Rainha Isabel II convoca reunião de emergência e príncipe William "separa-se" do irmão

Família real britânica debate, esta segunda-feira, o futuro papel dos duques de Sussex (Harry e Meghan) na monarquia. Mas o príncipe William, irmão de Harry, prepara-se já para deixar de "abraçar o irmão".
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"Abracei o meu irmão durante toda a nossa vida mas agora não posso fazer isso". William não esconde a desilusão face à decisão do irmão, o príncipe Harry, e da sua mulher, Meghan Markle, de se tornarem independentes da família real britânica. São agora "entidades separadas", terá dito o duque de Cambridge, o príncipe William, a um amigo, citado pelo jornal The Sunday Times, numa reação à reunião de emergência, convocada pela rainha Isabel II para decidir o futuro do casal Harry e Meghan, esta segunda-feira.

Na mesma conversa, o príncipe William manifestou a sua tristeza, sem deixar de lado a possibilidade da situação se resolver sem os duques de Sussex deixarem de participar nas atividades reais. "Tudo o que posso fazer é tentar apoiá-los e esperar que com o tempo voltemos a estar todos do mesmo lado. Quero que a família jogue toda na mesma equipa".

Os comentários são divulgados na véspera da reunião familiar, convocada pela rainha. A primeira vez que se sentarão para discutir o anúncio de Harry e Meghan, na passada quarta-feira, quando afirmaram querer deixar de ser "membros seniores" da realeza, segundo a imprensa britânica. Pretendem ser financeiramente independentes e viver uma parte do ano na América do Norte (Meghan nasceu nos EUA, rodou a série Suits em Toronto, no Canadá, e foi também neste país da Commonwealth que o casal passou as férias de Natal). "Depois de muitos meses de reflexão e discussões internas, decidimos fazer uma transição este ano para começarmos a construir um novo papel progressivo nesta instituição. Queremos recuar enquanto membros seniores da família real [do Reino Unido] e trabalhar para nos tornarmos financeiramente independentes", declararam os duques de Sussex, numa publicação feita através da conta do casal na rede social Instagram.

Atualmente, 95% dos seus rendimentos são assegurados pelo príncipe de Gales, pai de Harry, uma forma de pagar os deveres públicos de Harry e Meghan, que ainda garante algumas das suas despesas privadas. O mesmo acontece com os duques de Cambridge, William e Kate. Em 2018, ano em que Meghan ingressou oficialmente na família real, o financiamento foi acima de 5,8 milhões de euros.

Na reunião estarão presentes, além da monarca Isabel II, Harry e William, o príncipe Carlos (herdeiro da coroa). Meghan participará, via telefónica, a partir do Canadá, segundo informou um porta-voz do Palácio de Buckingham, este domingo. Serve o encontro para analisar os "passos seguintes" na relação entre o casal e a família real e os planos efetivados entre o Governo britânico e o do Canadá, onde, ao que tudo indica, os duques querem estabelecer residência.

Entre os assuntos da reunião, estará também o montante da doação financeira que o príncipe Carlos atribuirá ao casal da sua reserva pessoal, bem como a questão dos títulos reais e o perímetro das transações comerciais que Harry e Meghan serão autorizados a fazer.

Segundo a imprensa, prevê-se uma "atmosfera tensa" numa "família real ferida", que foi surpreendida pelo anúncio do casal, revivendo a memória da abdicação em 1936 do rei Eduardo VIII para casar com Wallis Simpson, uma norte-americana divorciada, tal como Meghan. Mas não é só na casa real que a inquietação se fez sentir. Os britânicos reagiram com indignação e até o museu Madame Tussauds em Londres, que exibe 250 estátuas de cera das grandes figuras do mundo, agiu rapidamente e separou Harry e Meghan do resto da família real.

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