"As sanções não nos surpreendem e não nos metem medo", diz Putin

Presidente russo falou aos media chineses antes da visita à China.
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O presidente russo, Vladimir Putin, disse esperar que as sanções económicas contra a Rússia sejam progressivamente levantadas e que as relações com os países ocidentais se normalizem.

"As sanções não nos surpreendem e não nos metem medo", disse numa entrevista ao presidente do China Media Group, Shen Haixiong, em vésperas da visita de Putin à China. "Nós vamos normalizar as nossas relações com os nossos parceiros, incluindo os EUA e os seus aliados que nos impõem sanções", acrescentou.

Putin inicia na sexta-feira uma visita de Estado de três dias à China. As trocas comerciais entre os dois países foram de 87 mil milhões de dólares, no ano passado. Ao longo da visita, Moscovo e Pequim esperam reforçar a colaboração nos setores das infraestruturas, energia e pesquisa científica.

O novo primeiro-ministro italiano, Guiseppe Conte, que procura uma aproximação à Rússia, disse na terça-feira que iria reexaminar as sanções contra Moscovo.

Putin esteve terça-feira na Áustria, naquela que foi a sua primeira visita a um país da Europa Ocidental em quase um ano. Em Viena, o presidente russo disse estar pronto a restabelecer relações normais com a União Europeia (UE).

As relações entre UE e a Rússia, que já estavam tensas desde a aplicação das sanções económicas a Moscovo por causa da anexação do território ucraniano da Crimeia, assim como a guerra na Síria, ficaram ainda mais difíceis com o envenenamento do ex-agente russo Sergei Skripal e da filha, no Reino Unido. Londres acusou Moscovo de estar por detrás da tentativa de homicídio.

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, defendeu o levantamento progressivo das sanções contra a Rússia se existirem progressos no processo destinado a pôr fim ao conflito ucraniano. O seu parceiro de coligação, a extrema-direita do FPÖ, há muito defende o fim das sanções. Ao contrário da maioria dos países europeus, a Áustria (tal como Portugal) não expulsou diplomatas russos após o caso Skripal.

Na entrevista, o presidente russo lembra que outros países já começam a sentir "as desvantagens" da posição norte-americana. E avisa que esta atitute "afeta todo o mundo, mais cedo ou mais tarde, incluindo os responsáveis pela iniciativa".

Putin elogia Trump

Na mesma entrevista, o presidente russo disse que a decisão do homólogo norte-americano, Donald Trump, de se encontrar com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, era "corajosa e madura", dizendo esperar um "resultado positivo".

"Ainda espero que este encontro - uma decisão corajosa e madura do presidente norte-americano Donald Trump de ter contactos diretos com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un - vai acontecer e todos esperamos um resultado positivo", disse Putin na entrevista.

Na sexta-feira, Trump voltou atrás com a decisão de cancelar a cimeira, depois de a ter suspenso por causa da "hostilidade aberta" de Pyongyang.

Em relação à sua própria reunião com Trump, Putin disse no início da semana que a "feroz disputa política" nos EUA está a dificultar esse encontro.

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