Premier League tem plano para terminar a época e salvar os clubes da crise
A Federação Inglesa, em consonância com a Premier League, está a elaborar um plano para que o campeonato regresse a partir do dia 1 de junho e se prolongue até ao dia 11 de julho, tendo em vista a conclusão da temporada e, ao mesmo tempo, planear a época seguinte (2020-21) que teria início a 8 de agosto.
A notícia foi avançada este domingo pelo jornal britânico The Telegraph, explicando que o objetivo desta medida que se encontra em estudo é evitar uma catástrofe financeira para os clubes, que têm elevados encargos, sobretudo salários. Os emblemas da Premier League poderiam assim fazer face à crise encaixando o avultado montante com os direitos televisivos relativos às oito jornadas que faltam disputar, com esta decisão de os jogos se realizarem em junho e julho. Refira-se que o contrato de direitos televisivos do principal escalão do futebol inglês é de 3250 milhões de euros em três anos.
Ainda assim, a confirmar-se esta decisão, os jogos vão realizar-se à porta fechada, por forma a respeitar as medidas que visam a contenção do coronavírus, que também estão em vigor na Grã-Bertanha. No entanto, será preciso que o governo aprove este plano para fazer regressar o futebol para fazer face a uma crise financeira dos clubes.
O adiamento do Euro 2020 abriu a porta para que a Premier League possa planear o final da época desta forma, sendo que os responsáveis por aquele organismo consideram que "este é um dos melhores cenários" para resolver este problema. Entretanto, a FA pretende também que a Taça de Inglaterra, cujos quartos-de-final ficaram por realizar, também possa ser concluída neste período de seis semanas que está em cima da mesa.
Martin Semmens, presidente executivo de Southampton, já veio dizer que está de acordo com o regresso dos jogos da Premier League à porta fechada, uma vez que poderiam ser transmitidos todos os dias pela televisão, numa altura em que as pessoas se encontram fechadas em casa devido ao surto de coronavírus.
"Seria um sinal de que o país está a regressar à normalidade, mas é preciso fazer aquilo que é correto e seguro para as pessoas", disse à BBC Radio Solent. "Se as pessoas vão estar mais um mês em casa e o futebol da Premier League estiver todos os dias na televisão, só tem vantagens. Não por sermos mais essenciais que o NHS [serviço britânico de saúde], mas por podermos dar entretenimento às pessoas e mostrar que estamos a lutar", acrescentou.
Sobre o facto de alguns jogadores terminarem os seus contratos a 30 de junho, Semmens mostrou-se convicto que eles aceitariam ficar nos clubes até que a época ficasse concluída. "O melhor seria terminar a liga até o final de junho porque se ultrapassarmos essa data há problemas legais que é preciso resolver", começou por dizer, revelando depois otimismo quanto à resolução da situação: "Se as competições só acabarem em julho e se tivermos que estender o contrato de um ou outro jogador por mais duas semanas, convencendo-os a jogar mais essas duas semanas e sendo bem pagos para isso, não acredito que seja um grande problema."
Martin Semmens garante, no entanto, que o principal desafio que o futebol enfrenta nesta altura "é garantir que não haja um efeito indireto nas próximas temporadas que possa comprometer o futebol nos próximos anos".
Refira-se que o futebol em Inglaterra foi suspenso até ao dia 30 de abril, sendo que até essa data a situação será revista, podendo por isso ser estendido o prazo da paragem dos campeonatos. Neste momento, o Liverpool é líder destacado da Premier League, estando a apenas duas vitórias de se sagrar campeão 30 anos depois do último título.