6640 novas infeções. Portugal volta a bater recorde de casos num só dia
Portugal registou este sábado mais 6640 novos infetados por covid-19 e 56 mortos, de acordo com os dados apresentados pelo boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Pelo segundo dia consecutivo é batido o recorde de infeções diárias, que esta sexta-feira chegaram aos 5550 novos casos.
No que diz respeito aos mortos, voltaram a ultrapassar a meia centena, tendo nas últimas 24 horas atingido os 56 óbitos, menos três que o máximo diário alcançado na passada quarta-feira.
O boletim epidemiológico apresenta ainda um aumento de 26 doentes internados nos cuidados intensivos (mais seis que ontem), totalizando agora 366 camas ocupadas. Ainda assim, foi reduzido em cinco o número de internamentos, que atingem agora os 2420.
Um bom sinal do boletim são os 3993 recuperados nas últimas 24 horas, embora estejam mais 11 661 contactos com doentes de covid em vigilância, que atingem nesta altura as 91 350 pessoas em monitorização.
A região norte continua a ser aquela que apresenta mais casos, tendo registado 3900 novas infeções nas últimas 24 horas, o que corresponde a 59% do total do país. Nesta zona foram ainda notificados 31 óbitos, mais seis do que no dia de ontem.
Lisboa e Vale do Tejo surge como a segunda zona mais crítica do país, uma vez que contabiliza 1856 novos contágios e 19 mortos. A região centro também continua a ser preocupante, pois foram detetadas 712 novas infeções e registados mais três mortos.
No Alentejo foi registada uma acalmia em relação ao dia anterior, com 49 novos casos (194 na sexta-feira) e três mortos (seis na sexta-feira). O Algarve, a Madeira e os Açores mantêm-se sem novos óbitos, contabilizando 82, 19 e 22 novos casos de infeções, respetivamente.
Com o aumento de casos de infeções por covid-19 e o consequente aumento de doentes internados e nas unidades de cuidados intensivos, o governo determinou que a requisição civil de hospitais privados só pode acontecer por "acordo" e com uma "justa compensação".
Esta é uma das principais novidades do decreto que o Presidente da República acordou com o governo e que sexta-feira foi aprovado na Assembleia da República.
"Podem ser utilizados pelas autoridades públicas competentes, preferencialmente por acordo, os recursos, meios e estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde integrados nos setores privado, social e cooperativo, mediante justa compensação, em função do necessário para assegurar o tratamento de doentes com covid-19 ou a manutenção da atividade assistencial relativamente a outras patologias", pode ler-se no decreto.
De quinta para sexta-feira, segundo a AFP, o mundo registou um máximo de 600 mil novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença da covid-19, e elevou para mais de 1,24 milhões o número de mortes desde que foram relatados os primeiros casos em dezembro de 2019.
Desde o início da pandemia, quase 50 milhões de infeções foram oficialmente confirmadas com o novo coronavírus, havendo também o registo de cerca de 32 milhões de casos considerados já curados.
O número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do número real de infeções, uma vez que alguns países testam apenas os casos graves, outros priorizam o teste para rastreamento e muitos países pobres têm capacidade limitada de teste.
Embora aparentemente menos letal do que na primeira vaga, a segunda tem obrigado a novos confinamentos, restrições e outras medidas de contenção para travar um novo coronavírus que continua a condicionar as economias mundiais, sabendo-se que tudo dependerá de uma vacina eficaz para estancar a propagação da doença.