Polícia treina para impedir ataques suicidas na passagem de ano
A passagem de ano em Nova Iorque é tradicionalmente comemorada com multidões na rua e uma concentração na Times Square, em Manhattan, esperando-se este ano cerca de dois milhões nesta praça, uma situação considerada propícia para a realização de ataques terroristas. Por isso, a polícia da cidade está a dar formação aos seus agentes para esse cenário, em particular ataques de bombistas suicidas. A medida foi anunciada nesta quinta-feira à noite pelo responsável do unidade antiterrorista da polícia nova-iorquina, James Waters, em conferência de imprensa conjunta com o responsável máximo das forças de segurança na cidade, James O'Neill.
A medida foi decidida após a recente tentativa de um ataque à bomba na estação de metropolitano de Times Square, no passado dia 11, e enquadra-se num conjunto de medidas tomadas que tem sido nesta época do ano em Nova Iorque desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Além de bombistas, a polícia estará também alerta em relação a atiradores furtivos, tendo presente o sucedido em Las Vegas a 1 de outubro, quando foram mortas 58 pessoas por um atirador situado no 32.º andar de um hotel na cidade, que abriu fogo sobre os espectadores de um concerto de música country.
Haverá igualmente reforço da presença de agentes à paisana nos hotéis e serão reforçados os serviços de emergência com pessoal extra. Cães treinados para farejar explosivos estarão também nas ruas assim como unidades de ação rápida para prevenir qualquer eventualidade. As ruas em torno de Times Square estarão fechadas ao trânsito e mais de 125 parques de estacionamento na área serão esvaziados de todos os veículos e as instalações seladas.
As pessoas que quiserem entrar na praça terão de passar por dois controlos de segurança.
O chefe da polícia da cidade, James O'Neill, recusou-se no entanto a revelar quantos dos 36 mil agentes no activo foram mobilizados.
Os agentes vão receber a partir desta sexta-feira um boletim tático e receberão instruções de como proteger as pessoas na rua, caso notem a presença de alguém suspeito, e também como desarmadilhar engenhos explosivos artesanais. A tentativa de atentado de 11 de dezembro, protagonizada por um indivíduo do Bangladesh, foi realizada com um engenho deste tipo, um tubo com explosivos que foi detonado pelo atacante, provocando ferimentos em dois passageiros e nele próprio.
O responsável da unidade antiterrorista explicou que neste processo foram incorporados os recentes ensinamentos de ataques terroristas na cidade, que foram três nos últimos 15 meses, além de experiências de polícias de outras partes do mundo.