Podem os carros nos hospitais de Wuhan mostrar quando começou a pandemia?

Estudo de imagens de satélite mostra um aumento do número de veículos nos parques de estacionamento dos hospitais da cidade chinesa em outubro, meses antes de a China alertar a comunidade internacional para a existência do novo coronavírus.
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Um estudo da Harvard Medical School revela que houve um aumento significativo do número de carros nos parques de estacionamento de cinco hospitais de Wuhan no final do verão e princípio do outono, o que pode indicar que a pandemia começou muito antes de as autoridades chinesas admitirem que havia problemas.

De acordo com John Brownstein, um dos autores do estudo e colaborador da ABC News, "alguma coisa estava a acontecer em outubro". No hospital para mulheres e crianças de Hubei, por exemplo, havia 393 carros no parque de estacionamento a 10 de outubro de 2018. Um ano depois, a 10 de outubro de 2019, havia 714 carros. No Wuhan Tianyou, passou-se de 171 carros para 285.

"Os parques de estacionamento vão encher quando os hospitais ficam com mais trabalho. Mais carros no hospital, significa mais atividade, provavelmente porque algo estava a acontecer na comunidade, uma infeção está a crescer e as pessoas têm que ir ao médico. Vemos o aumento na atividade hospitalar pelos carros. Vimos isto em várias instituições", disse o médico à ABC News.

"Claramente havia algum nível de perturbação social a acontecer muito antes do que foi previamente identificado como o início da pandemia", acrescentou. Além dos carros nos parques de estacionamento, que seriam sinal de maior procura pelos serviços médicos, Brownstein e a sua equipa indicam que havia mais procuras na Internet das palavras "tosse" e "diarreia", sintomas associados à covid-19.

A China só alertou a Organização Mundial de Saúde para o problema do coronavírus a 31 de dezembro. A pandemia já provocou mais de 403 mil mortos e infetou mais de sete milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

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