PJ prendeu sete pessoas que iam fugir com três milhões em malas para a China
A Polícia Judiciária (PJ) deteve sete pessoas no aeroporto de Lisboa, cada uma com cerca de meio milhão de euros nas malas de viagem, que queriam levar ilegalmente para a China.
As quatro mulheres e três homens detidos, de nacionalidade chinesa, são suspeitos de trabalharem como "money mules" de uma organização criminosa com origem naquele país e com negócios em Portugal.
Segundo o comunicado da PJ foi apreendido um total de três milhões de euros em numerário nas detenções destas "mulas" que decorreram em dias diferentes desde o final do ano passado, em resultado de "sucessivas operações e ações de prevenção criminal" da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) desta polícia.
Na origem destas quantias estará, segundo a investigação da Judiciária, "o crime de fraude fiscal" - a organização criminosa pretendia tirar o dinheiro do país para não pagar os respetivos impostos.
A PJ explica que "este modus operandi consiste na utilização das vulgarmente designadas money mules para efetuar o transporte do numerário de um continente para outro, sendo característico de uma das fases do branqueamento de capitais, conhecida como circulação".
Acrescenta que "nesta fase do branqueamento, os proventos obtidos são alvo de múltiplas e variadas operações, visando distanciar a sua origem criminosa e impossibilitar a deteção, rastreio, sua proveniência e propriedade".
A PJ tem estado muito atenta a estas operações criminosas que visam a fuga aos impostos e a lavagem de dinheiro. Em outubro do ano passado foram também detidos oito empresários chineses da zona norte do país, por vários crimes, incluindo o branqueamento de 40 milhões de euros e fraude fiscal.
Nessa operação, que teve o seu centro em Vila do Conde, na Zona Industrial da Varziela, onde se concentra uma larga comunidade de comerciantes e empresários chineses, foram apreendidos 350 mil euros, diverso equipamento informático, documentos de identificação e 18 carros de alta gama.