Perito contratado por Rosa Grilo deteta "situação suspeita" na casa do triatleta
"Numa das divisões [da casa], encontrei uma situação que considero suspeita, anómala", revelou João de Sousa, ex-inspetor da Polícia Judiciária (PJ) e perito forense, contratado pela defesa de Rosa Grilo e que esta sexta-feira realizou novas buscas à casa da viúva, onde o marido, Luís Grilo, foi assassinado.
Aos jornalistas, junto à habitação do casal, nas Cachoeiras, Vila Franca de Xira, garantiu que encontrou aquilo que considera ser um vestígio, pelo que estava a aguardar a chegada dos inspetores da PJ. "A partir do momento em que vi aquilo que me pareceu ser um vestígio, parei tudo e pedi para se contactar o OPC [Órgão de Polícia Criminal] local mais próximo. Está tudo salvaguardado", assegurou sem dizer, no entanto, o que de facto encontrou na casa. Questionado sobre se tinha sido descoberto um novo projétil, o ex-inspetor da PJ preferiu não esclarecer.
João de Sousa explicou que foi contactado por Tânia Reis, advogada de defesa de Rosa Grilo, que está acusada de matar o marido, para prestar serviços de consultoria."Para poder dar um parecer pedi para ver a casa", disse. Referiu ainda que tentou falar com a arguida na prisão de Tires, mas sem sucesso.
"Eu sei o que vi. É suspeito", sublinhou. "Vamos ver se é algo palpável e que tenha interesse para a investigação", afirmou João de Sousa, que espera que as autoridades averiguem o que encontrou na casa de Rosa Grilo. "Muito possivelmente terei de responder em tribunal por isto que aconteceu e, portanto, temos que esperar que as pessoas vejam as coisas", acrescentou.
O julgamento de Rosa Grilo e do amante António Joaquim vai continuar na terça-feira, dia 18, com a inquirição de duas testemunhas indiciadas pela defesa da viúva do triatleta. O tribunal de Loures admitiu a inquirição destas duas testemunhas, pelo que a leitura da sentença não será feira nesse dia, como estava marcado.
O pedido da defesa para a audição de duas testemunhas surge após o tribunal ter comunicado, em janeiro, uma alteração não substancial dos factos.
Após essa alteração, os advogados dos arguidos não prescindiram do prazo para se pronunciarem, de 15 dias, e a defesa de Rosa Grilo pretende então que sejam ouvidas duas testemunhas. O advogado de António Joaquim, Ricardo Serrano Vieira, tinha indicado que a defensora de Rosa Grilo, Tânia Reis, pediu mais produção de prova, designadamente a inquirição de mais testemunhas.
Nas alegações finais, realizadas em 26 de novembro de 2019, o procurador do Ministério Público Raul Farias pediu a condenação dos dois arguidos a penas de prisão superiores a 20 anos, enquanto as defesas apontaram falhas à investigação da Polícia Judiciária e pediram a absolvição.