Nova agência portuguesa ReCenter quer agilizar investimentos na Cultura

"Queremos contribuir para a recuperação do setor cultural português pós-pandemia", diz uma das fundadoras da agência ReCenter Culture, Guta Moura Guedes.
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A associação experimentadesign e a consultora DFK fundaram uma agência para o investimento, a ReCenter Culture, para que a Cultura seja um pilar da Economia e para fazer a ponte entre agentes culturais e fundos financeiros, foi esta quinta-feira anunciado.

A ReCenter é "uma reação à pandemia [da covid-19]. Queremos contribuir para a recuperação do setor cultural português pós-pandemia. Queremos colocar-nos no meio, entre quem tem necessidade de apoios e quem está a distribuir investimento", disse à agência Lusa uma das fundadoras do projeto, Guta Moura Guedes.

A ReCenter, apresentada esta quinta-feira em Lisboa, é uma "iniciativa da sociedade civil", como descreveu a responsável da experimentadesign, que envolverá parceiros como a Associação Empresarial para a Inovação (COTEC) a consultora KPMC, a Casa da Arquitetura, o Instituto Superior de Economia e Gestão e a Escola Superior de Artes e Design.

Segundo Guta Moura Guedes, esta agência pretende ser "um mecanismo de ação", um agente "facilitador" para que entidades e agentes culturais tenham melhor acesso a financiamentos portugueses e internacionais, nomeadamente fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência e do próximo quadro financeiro, até 2027.

Uma das iniciativas da agência será o lançamento do programa SOS Cultura 21, de mapeamento de tudo o que existe em matéria de fundos financeiros, e disponibilização de apoio à montagem de candidaturas a esses mesmos apoios financeiros, para responder a "fragilidades" do setor sobre gestão, contabilidade ou design.

"Não é nenhum manifesto, não é defender nenhum interesse. (...) O setor cultural nunca é visto como uma indústria, não é tido com o setor que gera rendimentos, cria emprego e qualifica uma sociedade como um todo", disse.

Questionada sobre a ação da agência ReCenter perante a própria intervenção do Governo nesta matéria, de investimentos na Cultura, Guta Moura Guedes recusa qualquer discurso político e fala em complementaridade.

"Temos uma visão económica da Cultura. Falta captar investimento. Precisamos de mais dinheiro para a Cultura", sublinhou, dizendo que o projeto foi já apresentando tanto ao Presidente da República como ao primeiro-ministro.

Quanto à identidade jurídica, Guta Moura Guedes explicou que a ReCenter "não é ambiciosa do ponto de vista de estrutura, mas de rede, para não mimetizar erros do passado e criar estruturas pesadas e complexas"; daí ter sido escolhida a designação de "Agência".

"Tem uma agenda de defesa da Cultura; não iremos sentir necessidade de lhe dar formato jurídico. É muito fácil fazer empresas em Portugal, mas é muito difícil acabá-las. Não vale a pena passar por um processo que nos vai atrapalhar quando estes novos modelos de trabalho no século XXI pós-pandémico funcionam muito bem", disse Guta Moura Guedes, que assume o "desenho estratégico e a direção criativa" da ReCenter.

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