Michael Bloomberg é o democrata a abater no debate de Las Vegas
Michael Bloomberg, ex-presidente da câmara de Nova Iorque, qualificou-se para o debate democrata desta quarta-feira em Las Vegas, apesar de o seu nome não estar no boletim de voto no caucus do Nevada do próximo sábado. O milionário só vai entrar na corrida à nomeação democrata na Super Terça-Feira, 3 de março, quando 14 estados vão a votos e há 1651 delegados em jogo (são precisos 1990 para conseguir a nomeação na convenção de Milwaukee, em julho).
Bloomberg conseguiu um lugar no frente-a-frente de Las Vegas depois de quatro sondagens em que aparece com mais de 10% das intenções de voto. Na última, a nível nacional, o milionário surge com 19%, atrás apenas de Bernie Sanders, que segue destacado com 31%, depois de ter sido segundo no caucus do Iowa e ter vencido as primárias em New Hampshire.
Oitavo homem mais rico dos EUA, com uma fortuna avaliada em mais de 53 mil milhões de dólares construída a partir do seu império dos media, Bloomberg gastou mais de 300 milhões de dólares do seu próprio dinheiro em anúncios, incluindo durante o Super Bowl.
Bloomberg será o democrata a abater num debate em que participam também Bernie Sanders, o ex-mayor Pete Buttigieg (que venceu o caucus do Iowa), o ex-vice-presidente Joe Biden, a senadora Elizabeth Warren, a senadora Amy Klobuchar, o ativista milionário Tom Steyer e a congressista Tulsi Gabbard. Será o primeiro debate em que Bloomberg participa desde 2009, sendo que os adversários já passaram por pelo menos oito só nesta corrida à nomeação democrata para a Casa Branca.
Esta será a primeira oportunidade de os adversários de Bloomberg confrontarem o ex-mayorde Nova Iorque com os gastos da sua campanha, assim como com o seu historial com questões de raça (defendeu a política de buscas aos latinos e negros nas ruas de Nova Iorque, antes de recuar) e de chegar a acordos confidenciais com várias mulheres que o acusaram de fazer comentários impróprios no local de trabalho.
"O Mike está desejoso de se juntar aos outros candidatos democratas no palco e defender porque é que é o melhor candidato para derrotar Donald Trump e unir o país", disse o seu diretor de campanha, Kevin Skeekey, citado pelo The Washington Post. "A oportunidade de discutir os seus planos viáveis e alcançáveis para os desafios que o país enfrenta é uma parte importante do processo de campanha", acrescentou.
O milionário, que já anda em trocas de palavras e acusações com Trump, era democrata antes de passar a republicano e candidatar-se à câmara de Nova Iorque, tomando posse para o primeiro de três mandatos a 1 de janeiro de 2002. Depois de vencer o segundo mandato, deixou o Partido Republicano e tornou-se independente (conquistando o terceiro mandato). Em outubro de 2018, voltou a inscrever-se como democrata e em novembro de 2019 lançou-se na corrida à presidência após meses de especulação.