Merkel pediu a Putin para garantir direitos de homossexuais
A chanceler alemã Angela Merkel pediu esta terça-feira ao presidente da Rússia Vladimir Putin para ajudar na proteção dos direitos dos homossexuais na Chechénia, na sequência de relatos sobre perseguições nesta república autónoma do Cáucaso.
"Temos ouvido relatos muito negativos sobre o tratamento de homossexuais na Chechénia e eu pedi ao presidente Putin para usar a sua influência para garantir os direitos de minorias aqui", afirmou Merkel durante uma conferência de imprensa conjunta com Vladimir Putin em Sochi, (sudeste da Rússia), nas costas do Mar Negro.
Na sua primeira visita à Rússia desde que este país anexou a Crimeia, em 2014, a chanceler referiu também os relatos de que as autoridades russas têm prendido manifestantes contra o governo e de que alguns setores da sociedade, como as testemunhas de jeová, têm sido perseguidos.
"Durante as minhas conversas com o presidente russo eu referi o quão importante é o direito de protestar numa sociedade civil e quão importantes são as organizações não-governamentais", continuou a chanceler, segundo a Reuters.
Putin negou que a polícia russa tenha violado os direitos dos manifestantes ao prendê-los e afirmou apenas que "as forças de segurança russas agem de modo muito mais contido do que alguns colegas noutros países europeus".
Após o encontro com Putin, Merkel precisou que durante as conversações "construtivas" foram abordados também um vasto conjunto de temas de atualidade, incluindo a Síria.
A chanceler alemã Angela Merkel disse desejar o fim das sanções europeias contra a Rússia, mas insistiu no cumprimento dos acordos de Minsk para a resolução do conflito separatista.
"Gostaria que tivéssemos a possibilidade de levantar as sanções quando forem cumpridos os acordos", assinalou Merkel na conferência de imprensa.
Merkel lamentou ainda a inexistência de "progressos" na resolução do conflito no leste da Ucrânia onde, referiu, "se acentuam as tendências separatistas" dos pró-russos.
Segundo a imprensa russa, a polícia chechena deteve mais de cem homens, alegadamente por serem homossexuais, e pelo menos três terão morrido. Um porta-voz oficial do presidente daquela república russa do Cáucaso, Ramzan Kadyrov, negou esta acusação, dizendo "é impossível perseguir aqueles que não existem na república".