Marcelo reafirma que não falou com o ex-diretor nacional da PJM
O Presidente da República frisou esta quinta-feira que a sua disponibilidade para receber em Belém o ex-diretor nacional da PJM, na sequência do furto aos paióis de Tancos, significa que não falou com o coronel Luís Vieira durante a visita àquela unidade militar.
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas à margem de um congresso na Fundação Calouste Gulbenkian, insistiu estar a reafirmar o que já disse várias vezes após o furto e foi escrito na nota oficial publicada esta quarta-feira pela Presidência.
A nota surgiu no final da audição parlamentar onde Luís Vieira declarou que o Presidente se disponibilizou a falar com a então Procuradora-Geral da República depois de ouvir as suas preocupações quanto à decisão de Joana Marques Vidal - que ele considerava ilegal - de retirar a investigação do furto à PJM e passá-la para a PJ.
"Como o Presidente da República já disse várias vezes, no final da visita a Tancos [a 04 de julho de 2017], o então ministro da Defesa trouxe para junto de si o então Diretor da Polícia Judiciária Militar", lê-se na nota de Belém, que acrescenta: "O Presidente da República disse-lhe que haveria de o receber oportunamente, audiência que acabou por nunca se realizar."
No Parlamento, o coronel Luís Vieira - assumindo ter agido como militar em vez de como polícia na operação para recuperar o material furtado, não estando arrependido e assumindo as responsabilidades daí resultantes - disse ter "dezenas de testemunhas" que alegadamente ouviram Marcelo Rebelo de Sousa responder-lhe que "ia falar com a Procuradora-Geral da República e dar um conselho ao ministro da Defesa para falar com a sua colega ministra da Justiça".