Macron, Scholz e Duda em demonstração de unidade pela paz na Europa

Presidente francês defende "diálogo firme" com a Rússia. Líderes da Alemanha e da Polónia mostram apoio.
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Os líderes de França, Alemanha e Polónia comprometeram-se em unir-se no objetivo de evitar a guerra na Europa, depois de Emmanuel Macron ter empreendido uma viagem no fim da qual vê um caminho para aliviar as tensões com a Rússia sobre a Ucrânia. Chegado a Berlim após dois dias de conversações que o levaram a Moscovo e Kiev, Macron instou à continuação do "diálogo firme" com a Rússia como a única forma de acalmar os receios de que a Rússia possa invadir o antigo vizinho soviético.

O chefe de estado francês, que na segunda-feira esteve reunido cinco horas com Vladimir Putin, recebeu do presidente russo a garantia de que a Rússia "não seria a fonte de uma escalada", ainda que tenha mais de 100 mil soldados e material militar junto da Ucrânia. Macron disse que via agora a "possibilidade" de conversações envolvendo Moscovo e Kiev sobre o conflito em curso no leste da Ucrânia e "soluções concretas e práticas" para diminuir as tensões entre a Rússia e o Ocidente. "Temos de encontrar em conjunto soluções para nos empenharmos num diálogo firme com a Rússia", disse em Berlim, antes de pôr a par o chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente polaco Andrzej Duda sobre os encontros com Putin e Volodymyr Zelensky.

Ao lado de Macron e Duda, Scholz salientou que os três "estão unidos no objetivo de manter a paz na Europa através da diplomacia e de mensagens claras e da vontade comum de agir em uníssono". O líder polaco disse acreditar que a guerra pode ser evitada: "Temos de encontrar uma solução para evitar a guerra. Como já disse, esta é atualmente a nossa principal tarefa. Acredito que a alcançaremos."

A atenção irá agora voltar-se para conversações entre altos funcionários em Berlim, amanhã, que Zelensky disse poder abrir caminho para uma cimeira com os líderes da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha com a finalidade de reavivar o plano de paz no conflito entre Kiev e os separatistas do leste da Ucrânia, apoiados por Moscovo.

Após as conversações com Macron, Putin disse que Moscovo "faria tudo para encontrar compromissos que convêm a todos" e recebeu as propostas apresentadas pelo francês como parte de "uma base para novas medidas" para atenuar a crise sobre a Ucrânia.

Putin exige não só o fim da expansão da NATO, o que inclui impedir a adesão da Ucrânia, mas também fazer recuar as forças da aliança no leste europeu, o que é considerado inaceitável pela aliança militar. A presidência francesa disse que as contrapropostas de Macron incluíam um compromisso de ambas as partes de não tomar qualquer nova ação militar, o lançamento de um diálogo estratégico e esforços para reavivar o processo de paz para o conflito da Ucrânia. Em Kiev há três "linhas vermelhas" traçadas: integridade territorial da Ucrânia, nenhuma conversação direta com os separatistas e nenhuma interferência na sua política externa.

Moscovo continuou a reforçar as suas forças em torno da Ucrânia, ao anunciar que seis navios de guerra se dirigiam do Mediterrâneo para o Mar Negro como parte de manobras marítimas previamente planeadas. O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse que Kiev estava a planear exercícios envolvendo mísseis antitanque fornecidos pelo Ocidente e drones de combate turcos em resposta aos exercícios russo-bielorrussos.

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