LIVRE critica abstenção da deputada. Joacine Katar Moreira "em reflexão até amanhã"
O Grupo de Contacto do partido LIVRE manifestou publicamente o seu descontentamento com a abstenção de Joacine Katar Moreira sobre um voto de condenação à agressão israelita a Gaza. O partido considera que a decisão da deputada eleita acontece "em contrassenso com o programa eleitoral do LIVRE e com o historial de posicionamento do partido nestas matérias".
A votação decorreu esta semana na Assembleia da República, perante a proposta do Partido Comunista Português (PCP) em condenar a nova agressão israelita a Gaza e a declaração da administração de Donald Trump sobre os colonatos israelitas. O documento do PCP teve votos contra de PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal. Assim como Joacine Katar Moreira, também o deputado socialista Ascenso Simões escolheu abster-se.
No comunicado divulgado pelo partido no seu site, a direção refere a "manifesta a sua preocupação com o sentido de voto da deputada Joacine Katar Moreira" e frisa que "a posição do LIVRE sobre a Palestina é clara desde a fundação do partido: pela autonomia do território e pelo reconhecimento do Estado da Palestina".
Em declarações à TSF, o assessor da deputada disse que a deputada está "em reflexão" e que falará sobre o tema "o mais tardar, amanhã de manhã". Joacine Katar Moreira terá ficado surpreendida com a crítica do seu partido.
O partido partilhou o comunicado nas redes sociais, de onde partiram algumas opiniões, contra e a favor da deputada. "A parte final desta posição é lamentável. Joacine Katar-Moreira têm toda a legitimidade para se abster em questões discordantes com certas posições do partido", lê-se. Outros, consideram que "ela foi eleita para representar as posições do partido na AR". E, por isso, "se não o faz, não está a cumprir aquilo para que foi mandatada".
De acordo com a direção do partido, já foram "várias as ocasiões" em que o LIVRE teve a oportunidade de "defender a causa palestina na Assembleia da República". "Defendemos que a União Europeia, à semelhança do que já foi feito por uma boa parte da comunidade internacional, reconheça finalmente o Estado da Palestina. No entanto, caso esse reconhecimento continue a ser protelado, achamos que Portugal deve avançar em nome próprio e reconhecer a Palestina como um Estado soberano", escrevem.
Na visão do LIVRE, "apenas este reconhecimento pode permitir um cenário de paz e coexistência na região e condições de vida dignas para os palestinianos".