Ir ao teatro sem sair de casa

Teatro Nacional D. Maria II vai colocar espetáculos online e Teatro da Garagem estreia peça em episódios diários no seu site. E mais propostas teatrais para os dias de quarentena.
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Encerrado até 6 de abril, devido à pandemia de coronavírus, o Teatro Nacional D. Maria II decidiu, à semelhança de outras instituições culturais, "colmatar a distância física durante as próximas semanas" com uma programação exclusivamente online e gratuita.

Assim, todas as sextas e sábados, às 21.00, o o D. Maria II vai estrear um espetáculo online - entre as várias produções e coproduções da casa nos últimos anos - que ficará disponível até ao final da quarentena.

O primeiro espetáculo - Montanha Russa , de Inês Barahona e Miguel Fragata - pode ser visto a partir deste sábado à noite, na Sala Online. (O que faz todo o sentido pois a dupla deveria estar neste momento em cena naquele mesmo palco com o seu novo espetáculo, Fake).

O calendário com os restantes espetáculos será relevado brevemente no site do teatro.

Além disso, o Teatro Nacional promete ir contando, ao longo dos próximos tempos, publicar nas páginas de Instagram e Facebook do D. Maria II vários conteúdos associados ao Teatro, à sua história, atores, espetáculos ou dramaturgia.

E apela aos vários espectadores que partilhem também as suas experiências teatrais. Como? "A partir de casa, qualquer pessoa pode gravar vídeos com pequenas peças de teatro em família, recriações de cenas famosas de teatro, cinema ou televisão, histórias inventadas ou leituras de textos. Os vídeos devem ser partilhados a partir de hoje, dia 20 de março, no Instagram ou no Facebook com as hashtags #dmariaiiemcasa, #teatroemcasa e #ficoemcasa."

Regularmente, o Teatro Nacional D. Maria II irá partilhar os melhores vídeos nas suas redes sociais. No final, haverá prémios para os vídeos mais originais: assinaturas de 20, 10 e 5 espetáculos, para a próxima temporada.

Teatro Aberto terá seis peças online

Também o Teatro Aberto decidiu disponibilizar alguns dos seus espetáculo online. Na quinta-feira passada, a temporada abriu com A Mentira, de Florian Zeller, peça que ficará "em cartaz" até 25 de março, na Internet, através do site da companhia.

Seguir-se-ão A Verdade, também de Florian Zeller, de 26 de março a 1 de abril; Vermelho, de John Logan, de 2 a 8 de abril; Noite Viva, de Conor McPherson, de 9 a 15 de abril; O Preço, de Arthur Miller, de 16 a 22 de abril; e Amor e informação, de Caryl Churchill, de 23 a 29 de abril.

Todas as peças integradas neste ciclo foram encenadas por João Lourenço, estiveram em cena no Teatro Aberto, em Lisboa, em temporadas recentes, durante as quais foram feitas as gravações. A estreia acontecerá, como é habitual naquela sala, à quinta-feira, às 21.00.

"Mundo Novo": uma peça da Garagem em episódios diários

O Teatro da Garagem vai estrear a peça Mundo Novo, no próximo dia 26, com a transmissão online do primeiro episódio da obra, que poderá ser depois seguida diariamente via Internet.

Escrita a encenada por Carlos J. Pessoa, a peça Mundo Novo repartir-se-á por 15 episódios, com cerca de 10/12 minutos cada, que serão transmitidos diariamente, às 21.30, a partir da casa de cada ator, através do endereço indicado no site do Teatro da Garagem.

Esta forma de "vídeo teatro" foi a solução encontrada para a estreia da 101.ª produção da companhia, no contexto do combate à pandemia de coronavírus, como explicou à Lusa o diretor e encenador do grupo, com sede no Teatro Taborda, em Lisboa. "Decidimos fazer e disponibilizar, online, o Mundo Novo, que estava previsto estrear-se no dia 26 de março [véspera do Dia Mundial do Teatro], no Teatro Taborda, em episódios filmados online, na minha casa, a partir das casas de cada ator e editadas posteriormente. São cenas incisivas, quase furtivas, trágicas e hilariantes, como incursões de uma guerrilha juvenil ou, preferivelmente, como namoros à socapa na penumbra dos dias", explica o encenador no site do teatro.

Mundo Novo conta a história de um homem vulgar que "se vê assoberbado pela euforia", explica Carlos J. Pessoa. Este homem vive permanentemente confrontado com a ideia de um apocalipse, pois uma ameaça paira sobre o seu mundo. A relação com a mulher e com os filhos não funciona, nem sequer a relação social com outras pessoas.

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