Graça Freitas após a covid-19: "É uma sensação de vulnerabilidade"
"É uma sensação de vulnerabilidade. Durante uns dias, não sabemos o que vai acontecer, e essa incerteza é pesada", disse a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, sobre a sua experiência com a covid-19. Numa entrevista ao jornal Sol, contou que não teve febre nem sentiu cansaço extremo, mas uma necessidade de repouso. Na segunda-feira, volta ao trabalho.
Graça Freitas conta que terá sido infetada na DGS. "Eu estava no meu piso e três especialistas estavam no piso 3, numa videoconferência. Fui assistir ao final. Estávamos todos com máscara. Uma das pessoas estava doente e não sabia", contou. "Penso que como estavam a trabalhar há bastante tempo numa sala que não é grande pode não ter havido o arejamento suficiente. É uma teoria. Mas não estive lá mais de meia hora e quando saí para o gabinete não tinha a sensação de que tivesse estado numa situação de risco", explicou.
A reunião foi na sexta, no domingo a colega telefonou a dizer que tinha testado positivo. Graça Freitas já tinha começado a ter sintomas "ligeiros, inespecíficos", dizendo que "podia ser qualquer outra coisa". Mas era covid-19. A confirmação veio a 2 de dezembro. "A minha grande aflição foi pensar que o meu marido podia estar contagiado", referiu.
"Custa muito pensar nos outros. Vivo sozinha com o meu marido e desde que isto começou não tivemos nenhum contacto, tirando a nossa empregada que, quando entra, nós saímos. Não vem ninguém cá a casa. Temos sido muito parcimoniosos a visitar a família, só quando é mesmo necessário", acrescentou na entrevista ao Sol.