Açores. Forças Armadas iniciaram trabalhos de sondagem nas Flores
As Forças Armadas iniciaram esta segunda-feira trabalhos de sondagem na aproximação ao Porto das Lajes das Flores, destruído pelo furacão Lorenzo, informou o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
Em comunicado, o EMGFA precisou que começou também "o reconhecimento de uma extensão de seis quilómetros de costa a norte e a sul do Porto das Lajes, para identificar eventuais contentores à deriva ou arrojados à costa".
Cerca de 350 militares dos três ramos das Forças Armadas estão a apoiar as autoridades açorianas devido aos estragos provocados pela recente passagem do furacão Lorenzo, tendo já procedido à remoção de contentores e blocos de betão afundados.
Estes trabalhos incluem a "reflutuação e remoção de contentores afundados" no interior da área portuária e blocos de betão junto ao cais, tendo um desses blocos de ser fracionado pela equipa de mergulhadores da Armada, adiantou o EMGFA.
Com o navio de patrulha oceânica Setúbal atracado no Porto da Horta, para embarcar produtos de primeira necessidade destinados às ilhas das Flores e do Corvo, chegou esta segunda-feira às Flores a fragata Álvares Cabral.
Na terça-feira chega à mesma ilha o navio reabastecedor Bérrio "para, em conjunto, fornecerem todo o apoio necessário à população das Flores, incluindo o fornecimento de combustível e bens de primeira necessidade", acrescentou o EMGFA.
O Governo Regional dos Açores prevê que o Porto das Lajes das Flores, destruído pelo furacão Lorenzo, possa ser aberto à navegação "muito em breve", tendo sido já limpa "70% da área do terrapleno".
"Tendo em conta os trabalhos já desenvolvidos, estima-se que, muito em breve, o Porto Comercial das Lajes das Flores possa ser aberto à navegação, pelo menos para navios até 60 metros e calado até cinco metros", adiantou o executivo açoriano, numa nota de imprensa.
A passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, na madrugada e manhã de quarta-feira, dia 02 de outubro, provocou mais de 250 ocorrências e obrigou ao realojamento de 53 pessoas.
O Porto das Lajes das Flores ficou "totalmente destruído", colocando constrangimentos ao abastecimento de combustível por via marítima à ilha, o que levou o Governo Regional a declarar "situação de crise energética".
Segundo o executivo açoriano, os trabalhos de limpeza e remoção dos destroços deste porto tiveram início na quinta-feira, 03 de outubro, "mal o estado do tempo o permitiu, estando atualmente já limpa 70% da área do terrapleno".
"Procedeu-se à demolição de grandes blocos de betão, bem como à retirada de contentores da zona das pescas e do restante terrapleno", avançou o Governo na nota, destacando a "celeridade dos trabalhos" desenvolvidos pela empresa Portos dos Açores, que gere os portos do arquipélago.
O Governo Regional estima que, "em meados da próxima semana, esta limpeza esteja praticamente concluída" e que a operacionalidade do Porto Comercial das Lajes seja "reposta em tempo recorde".