Fenprof: Mais de 37 mil docentes podem não ser colocados

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estimou hoje que "mais de 37 mil" professores fiquem sem emprego este ano lectivo, uma "situação dramática" que resulta duma primeira análise às listas de colocações publicadas hoje pelo Ministério da Educação.
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Em comunicado, a Fenprof revelou os resultados de "uma primeira e muito geral leitura" dos números: ficaram sem colocação 1.300 docentes que concorreram ao regime "horário zero", 300 que pediram destacamento por condições específicas de doença ou acompanhamento de familiares e mais de 37 mil que se candidataram a contrato.

Dos mais de 50 mil candidatos, só foram colocados "8.015 por renovação" e "2.300 por nova contratação" para horários completos e anuais e "2.502 para horário incompleto".

No total, e de acordo com as contas da Fenprof, foram colocados 12.817 professores a contrato para o ano lectivo de 2011/2012, menos 4.459 do que se verificou no ano lectivo anterior.

De fora destas contas estão "cerca de 5.000 professores com habilitação própria" que não se puderam candidatar a este concurso e os professores dos Açores, "onde o número de não colocados aumentou 30 por cento" em relação ao ano passado.

"Estamos, pois, perante uma situação dramática", considerou a Fenprof, que alerta os não colocados para não abdicarem de reclamar o "pagamento de compensação por caducidade" dos seus contratos.

Aludindo a declarações do ministro da Educação, Nuno Crato, que indicou ser "inevitável" que menos professores ficassem colocados este ano em resultado dos cortes financeiros no sector, a Fenprof responde que "inevitável só mesmo a luta".

A Fenprof argumenta que dezenas de milhares de professores no desemprego são uma "amputação" em "recursos humanos necessários a serviços públicos" e não resultam de "qualquer corte feito à 'gordura' do Estado".

A culpa, consideram os sindicatos, é "de medidas tomadas pelo Governo de Sócrates e mantidas pelo de Coelho/Portas".

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