Família mórmon americana morta no México

Pelo menos nove cidadãos americanos, entre eles seis crianças, foram mortos num ataque violento no norte do México. Os suspeitos são homens ligados aos cartéis de droga.
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As vítimas, nove cidadãos norte-americanos (seis deles crianças), serão membros da família LeBarón, ligada a uma comunidade separatista mórmon que se estabeleceu no México há várias décadas.

Um vídeo do crime mostra um carro queimado, onde as vítimas muito provavelmente terão sido queimadas vivas. Os meios de comunicação locais dizem que o ataque pode ter sido levado a cabo pelo grupo que confundiu a identidade das vítimas.

A ligação dos mortos à família LeBarón foi feita depois de um grupo de três mães e seus 14 filhos terem partido numa caravana de três carros da cidade de Bavispe, no estado de Sonora, em direção a La Mora, no estado vizinho de Chihuahua. Terão sido emboscados ainda em Bavispe por pistoleiros.

Um SUV queimado foi encontrado mais tarde na beira da estrada com o resto das vítimas. Os membros da família dizem que nesse veículo estavam Rhonita Miller LeBarón e seus quatro filhos: gémeos de seis meses e duas crianças de 8 e 10 anos.

Outras duas mulheres e os seus 10 filhos foram baleados enquanto tentavam fugir. Há relatos de que outros mortos foram encontrados noutros sítios. Um advogado do estado de Chihuahua disse que o número de mortos permanece "confuso", com membros da família a falarem de nove mortos e os media locais a apontar para os 12.

Rhonita Miller LeBarón estaria a caminho de Phoenix, onde ia buscar o marido que trabalho na Dakota do Norte.

Ataque de cartéis rivais

Tudo aponta para que o ataque tenha sido levado a cabo por um cartel de droga que opera nos estados de Sonora e Chihuahua. Os governos dos dois estados emitiram uma declaração conjunta dizendo que tinham iniciado a investigação e que forças especiais tinham sido enviadas para a área onde se deu o crime.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse, em conferência de imprensa, citado pelo New York Times, que a área onde aconteceram os ataques "é violenta há muitos anos".

O ministro da segurança interna do pais, Alfonso Durazo, afirmou que a grupo pode ser atingido acidentalmente "confundido por grupos criminosos que operam na região"

Entre os grupos que se conhecem está o Cartel de Sinaloa, liderado por El Chapo. Há um mês, quando as autoridades tentaram prender um dos seus filhos, 400 membros do grupo tomaram conta da cidade forçando as autoridades a recuar na decisão.

Via Twitter, Trump disse que o grupo foi "apanhado entre dois cartéis" e descreveu-os como "uma maravilhosa família e amigos".

O presidente dos EUA ofereceu ainda a sua ajuda. "Se o México precisar ou quiser ajuda para limpar estes monstros, os EUA estão dispostos e prontos a envolverem-se para fazer o trabalho rápida e eficazmente".

Vítimas pertencem a colónia de dissidentes mórmones

As vítimas são membros de uma comunidade chamada Colonia LeBaron, que foi fundada por um grupo mórmon separatista na primeira metade do século 20, depois da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias nos Estados Unidos começou a reprimir a poligamia.

A comunidade integra agora mórmones e católicos que se estabeleceram lá.

Os membros da Colonia LeBaron são conhecidos por se defenderem das quadrilhas de traficantes locais e falaram alto e bom som sobre os níveis de violência do cartel.

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