"Estou impressionado com a brutalidade do que aconteceu com as populações civis", diz Costa

António Costa visitou Irpin, uma das zonas mais atingidas pela guerra, e mostrou-se impressionado com a brutalidade dos relatos de atos criminosos das forças russas.
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António Costa está este sábado em Kiev, tendo começado o dia com uma visita a Irpin, "uma das zonas mais atingidas pela guerra", como disse. O primeiro-ministro confessou-se impressionado.

(Vídeo de Pedro Cruz, enviado à Ucrânia)

Uma secretária do Conselho Municipal de Irpin disse a António Costa que, dos 100 mil habitantes, apenas 25 mil regressaram à cidade. Destes, cinco mil nunca a abandonaram, apesar da elevada destruição de infraestruturas.

Depois de escutar relatos sobre o que aconteceu na cidade durante a fase mais intensa de guerra, António Costa afirmou: "Estou impressionado com a brutalidade do que aconteceu com as populações civis".

"Sabemos que a guerra é sempre dramática, mas a guerra tem regras. Aqui, já não estamos a falar de uma guerra normal, mas de atos verdadeiramente criminosos", declarou António Costa.

A intervenção russa em Irpin, prosseguiu, "visou a pura destruição da vida das pessoas".

"É fundamental que as investigações prossigam e que todos os crimes de guerra sejam devidamente apurados e punidos. A guerra também tem de obedecer à lei. O que aconteceu aqui foi inadmissível", frisou.

Irpin, situada a cinco quilómetros a noroeste de Kiev, que antes da guerra tinha 100 mil habitantes, foi palco de violentos combates entre o final de fevereiro e março.

Se os russos tomassem Irpin, de acordo com as Forças Armadas ucranianas, teriam caminho até Kiev, mas a resistência foi tenaz. Em 2 de abril, o Governo ucraniano anunciou que tinha recuperado o controlo da região com a retirada das forças russas.

António Costa esteve em Irpin cerca de uma hora e regressou a Kiev para se reunir com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O primeiro-ministro, António Costa, chegou a Kiev de comboio, este sábado, pelas 09:00 locais (07:00 em Lisboa).

Numa longa viagem, feita em diversos meios de transporte, António Costa saiu de Varsóvia ao fim da tarde, às 18:00 de Lisboa, e aterrou 35 minutos depois na Base Aérea de Rseszow.

Depois, o líder do executivo português, que está acompanhado pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, e pelo embaixador de Portugal na Ucrânia, António Alves Machado, seguiu de carro para Prezemysl, na fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, onde jantou.

Na estação ferroviária de Prezemyls, apanhou então um comboio noturno para Kiev, tendo partido às 21:30 de Lisboa, menos duas horas do que na Ucrânia.

António Costa, assinalou a chegada a Kiev com uma mensagem na rede social Twiter em que expressa a sua solidariedade à Ucrânia "perante a barbára agressão russa".

"Acabei de chegar a Kiev, respondendo ao convite feito pelo meu homólogo ucraniano. É com emoção e respeito que aqui venho, em sinal de solidariedade para com este País e este Povo, perante a bárbara agressão russa. Portugal apoia a Ucrânia", escreveu António Costa no Twitter numa mensagem em português e inglês acompanhada por uma foto da sua chegada no comboio.

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O primeiro-ministro afirmou em declarações aos jornalistas, logo à saída da estação central de Kiev, que está na Ucrânia para transmitir um sinal de apoio na luta deste país pelos seus direitos à soberania, integridade territorial e pela conquista da paz.

"Estou aqui para corresponder ao convite que me foi dirigido pelo meu colega primeiro-ministro da Ucrânia [Denys Shmygal e para podermos concretizar os apoios que temos negociado de forma bilateral", começou por referir o líder do executivo português.

No plano político, António Costa salientou que a sua visita representa um sinal de que Portugal "continua a apoiar a Ucrânia na luta muito dura que tem vindo a travar pelo seu direito à soberania, integridade territorial e pela conquista da paz".

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