Mais um atropelamento de trabalhadores na autoestrada, 4 meses após morte na A6
Dois trabalhadores ficaram feridos esta terça-feira com gravidade depois de terem sido atropelados por uma viatura ligeira na Autoestrada 2 (A2), na zona do Seixal, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal.
"Dois trabalhadores realizavam trabalhos na via quando foram atropelados por uma viatura ligeira. São feridos graves e foram transportados ao Hospital Garcia de Orta", adiantou a mesma fonte. O alerta para o acidente, que ocorreu no sentido Norte/Sul da A2, ao quilómetro 17, na zona do Seixal, no distrito de Setúbal, foi dado às 07:03.
Acidente ocorre quatro meses após sinistro semelhante ter custado a vida a Nuno Santos, de 43 anos, trabalhador da empresa Arquijardim, atropelado na A6, a 18 de junho, pelo carro oficial de Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna. O caso, que está em investigação pelo Ministério Público, permanece em segredo de justiça, não se conhecendo ainda as circunstâncias exatas da morte, nomeadamente a velocidade a que circulava o automóvel, o que fazia o trabalhador junto ao separador central, onde foi colhido, que tipo de sinalização e medidas de segurança existiam e o que fazia a viatura na faixa da esquerda.
Também a Autoridade para as Condições de Trabalho abriu um processo inspetivo à empresa Arquijardim, "tendo em vista averiguar as causas e circunstâncias em que se deu o acidente de trabalho que vitimou um trabalhador da empresa que assegurava os trabalhos em curso".
A Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro, da CGTP-Intersindical, que representa trabalhadores do setor das autoestradas, frisou, em comunicado exarado um mês após o caso da A6, que este tipo de acidentes devem ser vistos como acidentes de trabalho, recolocando "na ordem do dia a importância do investimento das empresas na saúde e segurança no trabalho. Uma área que, lamentavelmente continua a ser vista por muitas entidades patronais como um custo e não como uma mais-valia na proteção do trabalhador e na produtividade das empresas."
A A2 esteve cortada após o acidente da manhã desta terça-feira, mas a circulação foi retomada às 07:56", disse à Lusa a mesma fonte do CDOS de Setúbal. No local da ocorrência estiveram 16 operacionais, entre bombeiros do Seixal, Brisa e Guarda Nacional Republicana (GNR), apoiados por seis veículos.
O DN tentou obter mais informações junto da Brisa mas até ao momento sem sucesso.
(notícia alterada às 16H15, para incluir informação sobre acidente de 18 de junho)