Decisão de interditar voo de Morales foi de Portas
A decisão de impedir a aterragem em Lisboa do avião oficial do Presidente boliviano, Evo Morales, foi tomada pelo ministro demissionário Paulo Portas, em plena crise governamental. O DN soube junto de fonte que acompanhou o processo que Portas subscreveu a proposta nesse sentido que lhe foi apresentada pela Direção-Geral de Política Externa (DGPE), dirigida pelo diplomata Rui Macieira.
O Presidente boliviano regressava a La Paz após visita a Moscovo, na passada terça-feira. Por suspeitas de que poderia transportar consigo Edward Snowden, vários países europeus - Portugal, Espanha, França e Itália - não permitiram a aterragem do seu avião. Morales acabou por fazer escala em Viena (ver coluna lateral) e reagiu com violência à situação. Outros países da América Latina acompanham-no num coro de protestos que poderá ter reflexos económicos, dia 12, na reunião de países do Mercosul (Mercado Comum do Sul).
Até a Venezuela, país com o qual Portugal tem um conjunto de acordos de investimento em curso, está a reagir com violência, o que faz recear no Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) consequências desastrosas para a diplomacia económica nacional.