A vice-presidente da entidade, Ana Rita Silva, adiantou, em declarações à agência Lusa, que houve uma grande quebra nos serviços, uma vez que as pessoas não têm confiança para andar nos transportes públicos.."Com dados que nós temos, cerca de 80% da frota nacional dos táxis teve de parar. [...] Significa que houve um rendimento que foi retirado a mais de 18 mil profissionais de táxi. Neste momento, há [outras] centenas de motoristas de táxi a suspender ou a ponderar suspender a licença de táxi junto da sua câmara municipal", realçou..Preocupada com a falta de clientes, a Federação Portuguesa do Táxi considerou ser complicado prever o regresso à normalidade no setor.."É muito complicado prever [...]. Se formos analisar o Algarve, em que eles [taxistas] passam o inverno com pouco serviço e depois vem um verão -- que no fundo está a ser como se fosse mais um inverno -- e a seguir vem outro inverno, só no verão do ano que vem é que voltam a ter serviço", observou Ana Rita Silva..Para a dirigente, também a falta de turistas em Portugal está a ter um impacto negativo no setor dos táxis.."Com a quebra do turismo houve uma grande quebra do serviço. Nesta altura do verão, o turismo influencia muito o serviço de táxi, houve uma quebra muito grande", sublinhou..Contactado pela agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Transportes públicos Rodoviários de Mercadorias (ATRAM), Florêncio Almeida, falou também grandes prejuízos.."Não há trabalho, tem estado a funcionar mal... Para o setor há um prejuízo de cerca de 70% a nível nacional", afirmou..Em junho, as associações representativas dos táxis pediram a criação de duas linhas de crédito, durante reuniões com os partidos com representação parlamentar, nas quais explicaram a situação "complicada e grave" que o setor atravessa..Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, explicou que, juntamente com a ANTRAL, as duas associações estiveram reunidas com PS, BE, Chega e PCP, que "compreenderam que o setor precisa de ser apoiado".."Fomos tentar transmitir aos partidos a situação complicada e grave que o setor atravessa e conseguimos sensibilizá-los a todos. Todos compreenderam que o setor precisa de ser apoiado, tal como a animação turística", referiu, na ocasião..De acordo com Carlos Ramos, as soluções apresentadas aos deputados foram a criação de duas linhas de crédito: uma com 80% a fundo perdido para reativar/ reiniciar a atividade e outra para apoio à tesouraria das empresas com juros baixos.."Nós estamos a pedir cinco mil euros por licença, com 80% a fundo perdido e 20% com juros bonificados, e também uma linha de crédito para tesouraria a cinco anos com juros bonificados", explicou o responsável.