Assessor do PSD insulta PR, vereadora faz diretiva sobre redes sociais

Carlos Reis insultou Marcelo com um post no Facebook. Teresa Leal Coelho repreendeu-o duramente. Nota foi retirada. Vereadora prepara diretiva sobre uso das redes sociais por membros do gabinete do PSD na autarquia
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"Um texto ordinário, gratuito, que representa tudo o que repudio na expressão de opiniões, que é grave fosse dirigido a quem fosse mas se torna muito mais grave por ser dirigido ao Presidente da República, por quem tenho profundo respeito e amizade, pessoal e institucional."

Foi assim que Teresa Leal Coelho, a principal vereadora do PSD na Câmara Municipal de Lisboa (CML) - além de deputada na AR - qualificou, em declarações ao DN, uma nota publicada esta quarta-feira à tarde no Facebook por um assessor da vereação social-democrata naquele município, Carlos Reis, jurista e funcionário requisitado à Gebalis, a empresa municipal que gere os bairros sociais da cidade.

Na nota - entretanto retirada - Carlos Reis usou linguagem pornográfica para se referir ao facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter tido um episódio de hiper salivação junto ao Presidente da China, Xi Jinping. Também tratou o PR chinês como "Imperador da China" e "DDT" [sigla de Dono Disto Tudo], dizendo ainda que "os políticos que mandam neste pequeno entreposto comercial europeu em permanente OPV [Oferta Pública de Venda] babam-se todos perante o poder do dinheiro imperial".

Teresa Leal Coelho soube da referida nota do assessor no Facebook pelo DN. Depois repreendeu-o - e na sequência disso, segundo nos contou, Carlos Reis não só apagou o texto como pediu desculpa e prometeu que o sucedido não se repetirá.

A vereadora acrescentou não ter aceite o argumento de Reis segundo o qual a sua página naquela rede social é pessoal - um argumento pelo qual o assessor estaria a defender que a sua opinião não vincularia nem atingiria os vereadores do PSD na CML.

Agora Teresa Leal Coelho garante que vai elaborar uma diretiva para todos os membros do gabinete do PSD na CML com "orientações sobre o que são os limites nas manifestações públicas de opiniões". "Que não se ultrapasse o que é razoável. Recuso ofensas, injúrias e tudo o que atinja o bom nome das pessoas", disse ao DN. "E quanto às figuras do Estado tem de haver um particular zelo."

Seja como for, Carlos Reis não foi obrigado a demitir-se - continuará como assessor do PSD na vereação lisboeta. "Isto serve como uma primeira advertência", diz a vereadora e deputada.

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