Aqmi apela a ataques contra interesses franceses
Num vídeo divulgado hoje na internet, o chefe da rede apela aos "muçulmanos de todo o mundo" a "atacarem os interesses franceses em todo o lado, porque se tornaram alvos legítimos desde o primeiro dia da agressão".
"Face à nova cruzada conduzida pela França e a sua ocupação de uma terra do Islão, apelamos à vossa mobilização (...) e à jihad (guerra santa)", afirma Abu Obeida Yussef Al-Annabi, que se autointitula chefe do Conselho dos notáveis da Aqmi, numa mensagem datada de 25 de abril.
O responsável da Aqmi referia-se à operação desencadeada em janeiro pela França contra as redes islamitas no Mali.
O Presidente francês François Hollande reagiu imediatamente ao afirmar que Paris encara com seriedade estas ameaças.
"Levamos a sério a questão da ameaça que foi emitida pela Aqmi", afirmou o chefe de Estado durante uma conferência de imprensa conjunta no Eliseu com o seu homólogo polaco, Bronislaw Komorowski.
O chefe de Estado gaulês sublinhou que apesar as perdas "consideráveis" infligidas a esta organização no Mali, "a ameaça terrorista não desapareceu".
"Assim, consideramos que é necessário prosseguir a intervenção no Mali durante o tempo necessário, mesmo que ocorra uma redução da nossa presença, e manter uma vigilância em redor do Mali para continuar a lutar contra o terrorismo", acrescentou Hollande.
A operação militar desencadeada pela França em janeiro permitiu retomar as principais cidades do norte do Mali, ocupadas desde há um ano por grupos islamitas com ligações à Al-Qaeda, ou por rebeldes tuaregues.
A intervenção francesa infligiu duros golpes à Aqmi, que perdeu dezenas de combatentes. O argelino Abdelhamid Abou Zeïd, um dos seus principais chefes, foi morto no final de fevereiro pelo exército francês no norte do país.
No entanto, a Aqmi mantém na sua posse seis reféns franceses e anunciou em 19 de abril que permanecia aberta a negociações com a França sobre a sua libertação.
Os grupos islamitas armados, cujas instalações e bases no norte do país foram destruídas, perderam a sua capacidade de conduzir operações coordenadas mas ainda conseguem retaliar contra as forças malianas e os soldados franceses.