O primeiro-ministro António Costa assegurou hoje em Braga manter "total confiança" no ex-ministro Azeredo Lopes, que foi constituído arguido no processo relativo ao chamado 'caso Tancos', até porque a comissão de inquérito parlamentar já fez "um trabalho esclarecedor".."Tenho total confiança", disse sobre o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes. Já sobre a comissão de inquérito parlamentar, afirmou que "fez um trabalho muito esclarecedor"..O ex-ministro foi constituído arguido na quinta-feira no processo sobre o furto de material de guerra em Tancos, considerando que esta condição, apesar de garantir mais direitos processuais, é "socialmente destruidora".."Comunico que fui (quinta-feira) constituído arguido no processo relativo ao chamado 'caso Tancos'. Esta condição, se é verdade que me garante mais direitos processuais, é absolutamente inexplicável tendo em conta os factos relativos ao meu envolvimento do processo, que foi apenas de tutela política", referiu na altura, em comunicado enviado à agência Lusa..Admitindo que "o dr. Azeredo Lopes está profundamente magoado com toda a situação", o primeiro-ministro lembrou que "é sobretudo importante que não restem quaisquer insinuações ou dúvidas sobre esta matéria", defendendo, por isso, total confiannça na Justiça e que esta "investigue o que tem a investigar". "À justiça o que é da justiça e à política o que é da política", disse. .Presente em Braga para participar na última sessão organizada pelo Partido Socialista para preparar o programa para as eleições legislativas, António Costa enviou "um grande abraço de solidariedade" a Azeredo Lopes e garantiu que irá aguardar "tranquilamente o que vão ser as conclusões de todo este processo"..No dia em que foi constituído arguido, o ex-ministro da Defesa mostrou-se convicto de que vai ser "absolutamente ilibado de quaisquer responsabilidades neste processo"..O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 e, quatro meses depois, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé..Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições..O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial em que foram detidos o agora ex-diretor da PJM..No dia 12 de outubro de 2018, Azeredo Lopes apresentou a sua demissão do cargo de ministro da Defesa Nacional. Na base do pedido de demissão estiveram os desenvolvimentos do processo de investigação judicial ao desaparecimento e recuperação das armas furtadas nos paióis de Tancos.