António Costa admite punir organizadores e participantes em festas ilegais
"O fim do período de confinamento obrigatório deu-nos mais liberdade, mas também mais responsabilidade. Depois de termos feito tudo bem até aqui, agora não vamos estragar. Senão é uma chatice ter as forças da ordem a atuar e autuar", afirmou o governante.
António Costa, que falava esta tarde aos jornalistas à entrada de um espetáculo no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, comentava desta forma os recentes acontecimentos que envolveram festas ilegais e ajuntamentos, sobretudo de jovens, em várias partes do país.
"Muita gente mais nova pode ter menos risco de contrair [a covid-19], mas tem um enorme risco de a transmitir", alertou.
Nesse sentido, António Costa admitiu que possa ser criado um "quadro punitivo" para as pessoas que organizarem ou participarem em eventos desta natureza.
"As forças de segurança já atuaram nas últimas noites e atuarão sempre que for necessário", assegurou.
António Costa esteve presente no Teatro Nacional D. Maria II para assistir ao espetáculo "By Heart", que marca a reabertura desta sala de espetáculos.
As apresentações de "By Heart" estão marcadas para a Sala Garrett, que, devido às regras impostas pela Direção-Geral da Saúde, conta com 198 lugares (cerca de 50% da sua lotação total).
Já este domingo também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assegurou que apoiará o que o Governo decidir depois da reunião com os autarcas da região de Lisboa, amanhã, naquilo "que for necessário fazer para impedir o descontrolo" do desconfinamento.
Na perspetiva do chefe de Estado, "se for entendido necessário, as autoridades sanitárias tomarão as medidas adequadas e se for necessário o poder político tomará medidas adequadas".
Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o que será preciso fazer para sensibilizar os jovens para não adotarem comportamentos de risco, como as recentes festas.
"A questão aplica-se aos jovens - eu falei nos jovens porque eles podem ser um bom exemplo -, mas aplica-se a todos. Na medida em que for necessário, se for muito necessário, terá de se aplicar medidas proporcionais ao que é necessário", respondeu.
De acordo com o Presidente da República, esta é a "fase de tentar apelar e dissuadir".
"Mas é evidente que se houver casos pontuais, específicos, em que haja necessidade de tomar medidas para determinadas localidades ou áreas de freguesias ou haja necessidade de tomar medidas mais duras em termos de intervenção das autoridades para impedir ajuntamentos e para responsabilizar por ajuntamentos, multiplicam-se as participações ao Ministério Público e as pessoas percebem - os jovens e não jovens - que começam a ter um problema grave em cima dos seus ombros", avisou.