Amiga de Rosalina confirma preocupação com Duarte Lima
"Quando chegou ao Brasil, ela [Rosalina Ribeiro] mencionou que não tinha assinado um documento, como o seu advogado estava pedindo, e que se aborreceu com ele, que ele queria forçá-la a assinar esse documento", repetiu Rosemary diante do VI Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
Rosalina Ribeiro, ex-companheira do milionário Lúcio Thomé Feteira, foi assassinada com dois tiros, no dia 07 de dezembro de 2009, em Saquarema, município do litoral do Rio de Janeiro, no Brasil.
Em novembro do ano passado, o Ministério Público (MP) brasileiro acusou o advogado, ex-deputado e antigo líder parlamentar do PSD, Domingos Duarte Lima, de autor do homicídio.
Para o MP, o motivo do crime terá sido a recusa de Rosalina assinar uma declaração que isentava Duarte Lima de culpa nas tranferências que fizeram juntos da conta bancária do Feteira para outras contas, em seu próprio nome e no de terceiros.
Amiga de Rosalina há mais de 30 anos, Rosemary era uma das poucas pessoas que mantinha contacto diário com a vítima, quando esta se encontrava no Brasil.
A testemunha repetiu ainda, em tribunal, que Rosalina tinha "muito medo" de ser assaltada e que tinha o hábito de não sair de casa após as 18:00.
"Ela tinha muito medo de sair sozinha à noite. Acho estranhíssimo ela ter saído por vontade própria. Penso que só teria saído se fosse com alguém que conhecia muito bem", acrescentou.
Por solicitação da defesa de Duarte Lima, Rosemary releu e confirmou todas as declarações contidas nos dois depoimentos que prestou à polícia brasileira, durante o processo de investigação.
Ao deixar a audiência, Rosemary, que disse à Lusa acreditar que Duarte Lima é autor do crime, afirmou que espera que ele seja punido.
"Faz sentido, muito sentido [que seja Duarte Lima]. Espero que ele seja condenado e pague pelo crime que cometeu", afirmou Rosemary à Lusa.
A próxima testemunha, cujo nome ainda não foi divulgado, será ouvida no dia 24 de outubro, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
A cidade é a mesma onde Duarte Lima alugou o carro com o qual foi multado por diversas vezes, o que comprovam que esteve no local do crime, um dia antes do assassínio.