Quinta vítima retirada da pedreira em Borba
Ao final de 13 dias de buscas, foi encontrado e retirado da pedreira o corpo da quinta vítima da tragédia que decorreu em Borba, em Évora, a 19 de novembro, disse à Lusa fonte da Proteção Civil. A segunda viatura que terá caído depois do deslizamento de terra e colapso da estrada 255 foi localizada esta sexta-feira.
A vítima, de 85 anos, encontrava-se no interior de uma das duas viaturas que estavam submersas no plano de água mais profundo da pedreira desde o dia do acidente e que foi este sábado também retirada. O corpo encontrado será o de Fortunato Ruivo,ex-militar, que tinha saído do Alandroal onde residia para ir à loja de informática em Vila Viçosa.
"A segunda viatura está localizada, desde sexta-feira à noite, e, esta manhã, estão a ser ultimados os procedimentos para a prender e retirar de dentro da água da pedreira", dizia à agência Lusa fonte da Proteção Civil, na manhã deste sábado.
Ainda na sexta-feira, foram recuperados os corpos de dois dos três desaparecidos no deslizamento de terras e colapso do troço da estrada em Borba, que eram os ocupantes de uma carrinha de caixa aberta, que foi arrastada para a pedreira. Nela, seguiam dois cunhados de Bencatel: José Rocha, conhecido por Zé Algarvio, de 53 anos, e o cunhado, Carlos Andrade, de 37.
Os dois trabalhadores da pedreira, um maquinista e um auxiliar de uma retroescavadora, que morreram quando a estrada ruiu - Gualdino Pita, de 49 anos, e João Xavier, de 58 - já foram sepultados.
O deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra e o colapso de um troço de cerca de 100 metros da estrada municipal 255, entre Borba e Vila Viçosa, para o interior de duas pedreiras contíguas ocorreu no dia 19 de novembro às 15:45. Numa das pedreiras, que estava em suspensão de lavra, sem atividade, com o plano de água mais profundo, foi onde caíram, pelo menos, as duas viaturas, com um total de três pessoas.
O Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente, que é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, e duas equipas da Polícia Judiciária (PJ) estão a proceder a averiguações. A PJ estará ainda a investigar explosões que poderão ter acontecido horas antes do acidente, depois de testemunhas terem garantido que ouviram detonações de explosivos na pedreira.
O Governo pediu uma inspeção urgente ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba.