A Polícia Judiciária está a investigar a possibilidade de ter havido detonação de explosivos na pedreira de Borba, onde há quase duas semanas a estrada ruiu causando a morte a cinco pessoas..A investigação da Polícia Judiciária, segundo o Expresso, tem por base denúncias de testemunhas que garantem ter ouvido, pelo menos, duas detonações horas antes da tragédia. O vereador da Câmara de Borba, Quintino Cordeiro, confirma que várias pessoas dizem ter ouvido as explosões..O uso de explosivos nas pedreiras é permitido por lei, desde que sejam cumpridas apertadas regras de segurança. Estes materiais são particularmente perigosos nas pedreiras de mármore por poderem causar danos estruturais no maciço..Em resposta ao Expresso, o Ministério do Ambiente diz que o último parecer favorável da Direção-Geral de Energia e Geologia para o uso de explosivos, emitido a 1 de março do ano passado, "possibilitava a utilização de 75 quilos de pólvora"..Outro fator que está ser tido em conta para explicar o que aconteceu na Estrada Municipal 225 são as chuvas fortes do fim de semana anterior - o acidente deu-se na segunda-feira, 19 de novembro - e também o sismo de 2,1 em Arraiolos, registado pelo Instituto do Mar e da Atmosfera no sábado, ou seja, na antevéspera do acidente..Último carro encontrado.Na sexta-feira foi localizado o segundo carro arrastado para a pedreira, que deverá ser removido este sábado, faltando ainda recuperar o corpo do Fortunato Ruivo, de 85 anos, ex-militar, que tinha saído do Alandroal onde residia para ir à loja de informática em Vila Viçosa. É a única vítima mortal que ainda não foi retirada do poço..De manhã, tinha sido retirada a carrinha de caixa aberta onde seguiam os dois cunhados de Bencatel. José Rocha, conhecido por Zé Algarvio, de 53 anos, e o cunhado, Carlos Andrade, de 37. Depois do almoço, Zé Algarvio desafiou o cunhado, que gozava o último dia de férias, a acompanhá-lo à contabilista. Testemunhas dizem que o condutor do carrinha ainda travou mas não foi o suficiente e acabou arrastado pela derrocada. Os corpos foram entregues ao Instituto de Medicina Legal..Os dois trabalhadores da pedreira que morreram quando a estrada ruiu - Gualdino Pita, de 49 anos, e João Xavier, de 58 - já foram sepultados.