A candidata flash. Três casos de sucesso. E uma tragédia

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Sábado, 28 de agosto

António Costa fez de carteiro e entregou, em mãos, o cartão de militante do PS a Marta Temido, logo no primeiro dia do congresso socialista. Podia ter sido noutro momento qualquer, ou até em privado, mas não foi essa a escolha: a entrega fez-se à frente de todos, para todos verem, na reunião magna do partido. Num ápice, a ministra da Saúde passou da condição de recém-militante à de possível sucessora de Costa como secretária-geral, juntando-se a uma lista de nomes que já é longa e que inclui, por exemplo, Pedro Nuno Santos, Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva ou Ana Catarina Mendes. Por enquanto, a sucessão de António Costa pode parecer um cenário longínquo, mas Marta Temido não perdeu tempo em escancarar essa porta: "O futuro é uma coisa que é sempre ampla e nunca se sabe o que nos pode trazer." A corrida à liderança do PS até pode não ser ao sprint, mas já está em curso.

Domingo, 29 de agosto

Foi um dia de festa para a comitiva portuguesa presente nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Aos 20 anos, Miguel Monteiro conquistou a primeira medalha nacional, com um 3.º lugar no lançamento do peso F40, prova em que o recorde do mundo que lhe pertencia foi batido três vezes, o que demonstra bem como o nível de competição e qualidade destes atletas tem vindo a aumentar. Querer sempre mais, superar-se todos os dias, faz parte do ADN de Miguel Monteiro, como vincou após ganhar o bronze: "Enquanto a saúde o permitir vamos continuar a trabalhar para atingir Jogos Paralímpicos, Mundiais, Europeus." Portugal, que soma em Tóquio a sua 11.ª participação em Jogos Paralímpicos, tem no palmarés 25 medalhas de ouro, 30 de prata e 38 de bronze.

Segunda-feira, 30 de agosto

O major-general Christopher Donahue reservou o seu lugar na história como o último militar norte-americano a abandonar o Afeganistão, numa noite em que os Estados Unidos deram por concluída a atribulada (e apressada) retirada do território. Foi também o fim de 20 anos de guerra, durante os quais perderam a vida mais de 3500 soldados das forças internacionais. A partida do último voo norte-americano de Cabul foi imediatamente festejada pelos talibãs com tiros para o ar e com o porta voz do grupo extremista islâmico a proclamar a "independência total" do país. Biden classificou a operação de retirada como um "extraordinário sucesso", mas António Guterres, secretário-geral da ONU, já olhando o futuro próximo, não teve dúvidas em dizer que se aproxima "uma catástrofe humanitária".

Terça-feira, 31 de agosto

O jovem lateral-esquerdo português Nuno Mendes, de apenas 19 anos, foi o grande protagonista do último dia do mercado de transferências, ao trocar o Sporting pelo milionário Paris SG. Para já, os franceses pagam 7 milhões por um ano de empréstimo mas ficam opção de compra no final da época, por 40 milhões. Os leões recebem ainda, por empréstimo, um jogador de cartel mundial, o espanhol Pablo Sarabia. Tudo somado é um dos melhores negócios de sempre do Sporting. Em Paris, Nuno Mendes vai encontrar Messi, que só agora, aos 34 anos, assumiu o seu primeiro desafio profissional fora do Barcelona. A competir com o mediatismo da transferência de Messi esteve, claro, o regresso de Ronaldo ao Manchester United (também oficializado no último dia do mercado). No campo e nos negócios, a rivalidade entre o argentino e o português continua bem viva. Uma excelente notícia para quem ama futebol.

Quarta-feira, 1 de setembro

Portugal continua a dar passos seguros na vacinação contra a covid-19. Segundo os dados revelados nesta quarta-feira, mais de 7,5 milhões de portugueses já tinham o processo completo (cerca de 73% da população) e 8,6 milhões tinham pelo menos uma dose. Os resultados, além de permitirem antecipar datas do desconfinamento, abrem também margem para encarar mais rapidamente, se necessário, aquela que pode bem ser a etapa seguinte: o reforço da vacinação com uma terceira dose. Para já a DGS recomenda-o apenas para quem tem mais de 16 anos e tem imunodepressão. Seguir-se-ão os idosos e grupos de risco? Nem DGS, nem UE, nem OMS, nem o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças o que consideram necessário para já. Mas se avançar, a operação eficaz dos centros de vacinação anticovid será um trunfo decisivo para responder ao desafio.

Quinta-feira, 2 de setembro

Em entrevista ao DN, o ministro Manuel Heitor avançou com vários números, entre eles a meta de o país ter até 2030 seis em cada dez jovens de 20 anos a estudar no superior, mas também, por exemplo, a ambição de abrir em 2023 mais três escolas de Medicina. Reforçar a formação das novas gerações terá de ser sempre uma prioridade, como é óbvio, mas tão importante quanto isso é criar (ou ajudar a criar) as condições para fixar por cá quem o país formou. Caso contrário, que sentido faz formar centenas de enfermeiros ou bons engenheiros na área da tecnologia (alguns deles disputados por empresas ainda antes de concluírem os cursos), se depois é fora de Portugal que encontram as melhores oportunidades? Ou formar mais médicos, se depois não se consegue fixar esses profissionais nos locais onde realmente são precisos ou não existem vagas suficientes para estes escolherem uma especialidade?

Sexta-feira, 3 de setembro

Incidência e R(t) a descer, menos um concelho no patamar de risco mais elevado (são agora seis), menos casos em comparação com a sexta-feira anterior, menos internados em enfermaria e em UCI e o número de mortes mais baixo da semana (6). O boletim de ontem da DGS foi na linha do que se foi vendo ao longo deste verão em que a pandemia recuou. Mas com o regresso das aulas parece inevitável uma inversão neste caminho. Israel, que está a acelerar o processo de vacinação com a 3.ª dose (já aplicada a 2,5 milhões de pessoas), registou ontem um novo recorde diário de casos, pico que coincide com o início do ano escolar. Por cá, Carla Antunes, diretora da Escola de Saúde Pública, reconhece que as aulas vão trazer mais casos (até porque serão feitos mais testes e rastreios), mas destaca o ponto a fixar: a gravidade dos mesmos será menor e menos importante do que a necessidade de as crianças voltarem à escola.

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