Ursula von der Leyen convicta que acordo de julho será aprovado nos 27 até final do ano
Ursula von der Leyen participou durante várias horas na reunião do Conselho de Estado, que analisou os desafios e as perspetivas económicas e mecanismos da União-Europeia e Estados-membros para fazer face à crise sanitária, económica e social. A presidente da Comissão Europeia, que foi convidada por Marcelo Rebelo de Sousa a sentar-se à mesa com os conselheiros de Estado, no Palácio da Cidadela, em Cascais, mostrou-se convicta que o acordo de julho, ou apelidada "bazuca" de 750 mil milhões, para responder à crise gerada pela pandemia será ratificada pelos Estados-Membros, em cada um dos parlamentos nacionais, até final do ano, segundo uma fonte do Conselho.
A ser assim, isto permitiria que, um processo que normalmente demora um ano, andasse em velocidade de cruzeiros e a União Europeia se financiasse nos mercados e os 27 começassem em meados do próximo ano a executar os seus programas de recuperação e resiliência.
Segundo mesma fonte do órgão consultivo do Presidente da República, houve um grande consenso à mesa do Palácio da Cidadela entre os conselheiros sobre a resposta à crise e rasgados elogios à presidente da Comissão Europeia, que "tem feito um magnífico trabalho".
Ursula von der Leyen voltou a repetir os temas que já tinha abordado nesta primeira visita a Portugal enquanto líder do órgão executivo da UE e a elencar as prioridades, em particular da recuperação económica e social e dos desafios das alterações climáticas e digitais.
Em nota, publicada no site oficial da Presidência da República, o Conselho de Estado "salientou a mais-valia da União Europeia num contexto mundial e europeu tão complexo, difícil e exigente, tendo sublinhado a responsabilidade e a oportunidade de serem utilizados todos os instrumentos e os recursos indispensáveis para uma recuperação sustentável e transformadora, num espaço de Democracia e Direitos Humanos, reforçando a confiança dos cidadãos europeus nas instituições comunitárias, através de uma participação ativa em prol da União Europeia".
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa recebeu algumas horas antes a presidente da Comissão Europeia e trocaram as primeiras impressões na varanda do Palácio da Cidadela, onde almoçaram juntos.
O primeiro-ministro, António Costa, e Ursula von der Leyen, já tinham apresentado juntos durante a manhã os planos de recuperação e resiliência europeu e português, numa sessão na Fundação Champalimaud, em Lisboa. E no encontro que manteve como primeiro-ministro no dia anterior, na residência oficial de São Bento, a responsável europeia teceu os maiores elogios a Portugal sobre o caminho que o país traçou desde a crise financeira anterior e o que está a preparar para combater a económica que se abateu sobre o país por causa da pandemia." É um modelo sobre como definir um rumo".
Ursula von der Leyen lembrou que muito antes de a Europa abraçar o digital, Portugal veio mudar o seu mix de energia para formas mais sustentáveis. E a congregação da aposta no digital e no ambiente são os desafios da agenda da União Europeia.
"Há medidas que são feitas à medida de Portugal", garantiu a responsável europeia sobre o acordo que foi conseguido para financiar os Estados na recuperação das economias. Sobretudo, disse, no que diz respeito à manutenção das empresas e dos postos de trabalho. A presidente do órgão executivo da UE, insistiu muito na ideia de que a Europa tem de remar para o mesmo lado num momento de pandemia, e quando introduz mecanismos para complementar os estabilizadores económicos, com "um pacote sem precedentes". "É o momento de uma União única", disse.