Costa dramatiza desconfinamento. "Não é altura de dizer 'vamos aproveitar o sol'"

Líder do PS invoca perante dirigentes do partido evolução pandémica noutros países da UE para assegurar máxima prudência na gestão da abertura do país.
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"O futuro depende muito da forma como gerirmos nas próximas semanas este desconfinamento. Não é altura de baixar a guarda, não é altura de facilitismos, não é altura de dizer 'o sol está maravilhoso, vamos todos aproveitar este sol'."

Falando esta tarde a abrir uma reunião da Comissão Nacional do PS, o secretário-geral do partido, António Costa, dramatizou a gestão do processo de desconfinamento - e até evocou para o seu argumentário a evolução desfavorável que está a ocorrer noutros países europeus (começando pela Alemanha).

"O vírus continua a andar por aí. Muitos países da União Europeia, julgando ter ultrapassado a fase mais difícil, estão agora em regressão", afirmou o líder socialista.

Ou, dito de outra forma: "Esta pandemia não acabará enquanto não houver vacinação total ou for descoberto um medicamento eficaz."

Assim, prosseguiu Costa, as prioridades do PS continuarão a ser "muito claras": "Combater a pandemia, recuperar o pais e ​​​​​prepararmos o futuro".

A Comissão Nacional do PS - órgão máximo entre congressos - está reunida para votar propostas da direção partidária para a realização da eleição do secretário-geral em 11, 18 e 19 de junho, e do congresso nos dias 10 e 11 de julho.

O líder do partido apresentou o congresso do partido como momento de "lançamento" e de "mobilização" para a campanha autárquica do partido. Definiu também um objetivo eleitoral: que o PS continue a ser "o maior partido autárquico" tanto a nível municipal como nas freguesias. O PS preside a 160 câmaras (num total de 308) e a 1302 juntas de freguesias (são 3085 ao todo).

Costa aproveitou também para criticar outros partidos - mas tendo o cuidado de não incluir o PCP nessas críticas, concentrando-se antes na metade direita do universo partidário.

Citaçãocitacao"Tenho a certeza que a última coisa que os portugueses querem ouvir falar é de jogadas políticas e de coligações contra o PS e contra o Governo."

Segundo disse, o PSD e CDS-PP só encaram as eleições autárquicas como "uma jogada política" para "enfraquecer o PS e enfraquecer o Governo", não apresentando "uma única ideia".

"Num momento em que o país vive uma situação dramática do ponto de vista sanitário por causa da pandemia de covid-19, mas também dramática dos pontos de vista económico e social - com milhares de pessoas em angústia sobre o dia de amanhã e com muitos empresários a enfrentarem uma luta estoica para manter as suas empresas -, tenho a certeza que a última coisa que os portugueses querem ouvir falar é de jogadas políticas e de coligações contra o PS e contra o Governo", declarou.

Em contraponto, o secretário-geral do PS afirmou que o partido "não se distrai, não confunde qual é o seu objetivo e quais as suas prioridades".

"A nossa prioridade não é combater o PSD, o CDS-PP, ou quem quer que seja", acentuou, num discurso em que também procurou evidenciar "o papel central" que terão os autarcas e as as autarquias na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ao longo dos próximos anos.

Nos dias 11 de junho, por voto eletrónico, e nos dias 18 e 19 do mesmo mês, por voto presencial, os socialistas irão eleger o líder do partido e também os delegados ao congresso de 10 e 11 de julho, que se vai realizar num formato misto por causa da epidemia de covid-19.

Os cerca de dois mil delegados estimados (entre eleitos e inerentes) para o congresso do PS serão distribuídos por 13 pontos diferentes do país, consoante as federações distritais a que pertencem, e os trabalhos serão seguidos em modelo de videoconferência.

O PS quer que os espaços escolhidos para os delegados em cada um dos 13 pontos do país tenham uma capacidade de lotação superior a 800 pessoas, tendo em vista dar "totais garantias de segurança e de saúde pública", sobretudo no que respeita a condições de distanciamento físico.

Em Lisboa, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, estará a mesa do congresso e os delegados eleitos pelas federações da Área Urbana de Lisboa (FAUL) e do Oeste.

Os restantes delegados reúnem-se na Madeira, Açores, Porto, Coimbra, Portimão (Algarve), Aveiro (também junta militantes de Viseu), Estremoz (Évora e Portalegre), Mirandela (Vila Real e Bragança), Covilhã (Castelo Branco e Guarda), Fátima (Leiria Santarém), Alcácer do Sal (Setúbal e Beja) e, por fim, ainda em aberto, Barcelos ou Esposende (Braga e Viana do Castelo).

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