Tudo igual no novo Café de São Bento. Só que em Cascais
Porta verde, campainha no latão, sinal a indicar que deve tocar e um sorriso de quem aparece para o deixar entrar. É assim no Café de São Bento de Lisboa e é assim no Café de São Bento que abre em Cascais, esta quarta-feira. O clássico restaurante da capital iniciou o processo de expansão com a garantia de que esta nova localização é uma réplica exata no serviço, na decoração e, claro, no bife.
No n.º 71 da Rua Alexandre Herculano, os toldos vermelhos não enganam. Ali está o novo Café de São Bento, que além da porta fechada, - “mas sempre aberta” -, tem réplicas das mesas e cadeiras de madeira, dos candeeiros com latão moldado à mão, dos espelhos oxidados, e dos tetos trabalhados. Foram nove meses de obras, mas o bebé nasce finalmente a cerca de cinco minutos de distância do Bougain e do Corleone, os outros dois restaurantes do grupo São Bento na vila de Cascais.
Um ambiente clássico e vitoriano, tal como no espaço original da Rua de São Bento, já com 42 anos, inspirado nos antigos cafés da Lisboa do século XIX, mas com mais luz natural. Por isso, Miguel Garcia, que comprou o restaurante em fevereiro de 2022, não tem dúvidas: “Quem conhece o restaurante de Lisboa vai sentir que está no Café de São Bento”, até porque os preços e o menu são exatamente os mesmos.
“É o mesmo bife. Não apenas na receita, mas também nos fornecedores”, assegura. Criado em 1982 à imagem do bife Marrare – que o fundador de botequins e dos míticos Cafés Marrare levou para Lisboa no final do século XVIII -, distingue-se por ser feito com carne de “excelentíssima qualidade”, de modo a conseguir-se o efeito pretendido: “Tem de derreter-se na boca”. Depois, o molho, com dez ingredientes, dos quais só um é revelado: natas frescas de uma marca em particular, as únicas que garantem que este fica guloso mas não enjoativo. Finalmente, as batatas fritas: frescas e cortadas à mão.
Além do prato estrela – o bife, também disponível apenas grelhado ou na confeção à portuguesa com louro, alho e presunto (entre os 27 e os 35 euros, consoante o peso e o tipo de carne) -, a carta tem Bacalhau gratinado (23 euros) e Tarte Mediterrânica (20 euros). Nas entradas, os também tradicionais Tártaro de novilho (15 euros), camarões al Ajillo (14,5 euros) e Foie-gras de Pato (14,5 euros), além de carpaccios de novilho e de salmão fumado (14 e 14,5 euros respetivamente), presunto Pata Negra (18 euros) e Queijo Serra da Estrela (12,5 euros). Para sobremesa, Tarte Tatin de maçã (9 euros), leite creme (8 euros) e toucinho do céu (9 euros), entre outros.
Miguel Garcia não duvida que este novo Café de São Bento vai ser um sucesso, tal como o de Lisboa, que “está cheio todos os dias” e que, acredita, “se tivesse mais dois andares estaria cheio na mesma”. Está a contar com os residentes de Cascais, Sintra e Oeiras, os muitos estrangeiros residentes na região e, claro, a classe política cascalense, à imagem do original, situado em frente à Assembleia da República e por isso sempre muito frequentado por políticos, desde deputados a presidentes da República.
Miguel Garcia, que tem mais dois anos que o Café de São Bento, também frequentava o espaço - ainda que não fosse o cliente mais assíduo - antes de decidir adquiri-lo, depois de 22 anos a gerir hotéis e restaurantes. E foi numa dessa vezes que lá foi, quando estava numa posição muito confortável a gerir 11 hotéis em Portugal, que deu o primeiro passo para aquela que considera agora uma das decisões mais importantes da sua vida.
Desde então, fevereiro de 2022, o grupo São Bento, já abriu os restaurantes Bougain Restaurant & Garden Bar (cozinha portuguesa, francesa e italiana) e Corleone (gastronomia italiana) em Cascais, reabriu o Snob Bar, em Lisboa, e prepara mais duas aberturas ainda este ano. Além de Cascais, o plano de expansão para o Café de São Bento (que também tem um espaço no Mercado da Ribeira) passa pelo norte, nomeadamente pelo Porto. “Este é o primeiro passo e estou muito contente com o resultado. Agora o melhor bife também está em Cascais”, diz.