Uma esplanada no topo do mundo

Em Passwang, nas montanhas do Jura, na Suíça, avista-se um vale imenso e, ao longe, os Alpes, com os seus picos brancos. A esplanada da única taverna que aqui existe é o recanto perfeito para o fim de tarde.

Imagina-se um postal idílico de montanha e, chegados a Passwang, na região suíça de Wasserfallen, lá está ele à nossa frente, como se estivesse à nossa espera: uma paisagem deslumbrante de montanhas, de abismos que caem a pique e de vales cobertos de verdes intensos, aqui e ali manchados de branco - restos de neve de inverno - e de casas térreas e floridas. A névoa, ao longe.

Há vários caminhos para chegar a Passwang, a 1204 metros de altitude. Para quem vem de Basileia, uma cidadezinha encantadora nas margens do Reno, no ponto de encontro de três países - a Suíça, claro, a Alemanha e a França -, é preciso rumar a sul. A estrada vai quase até lá e já só na parte final é preciso subir a pé um caminho mais estreito, durante quase dois quilómetros.

Eu preferi percorrer os trilhos pedestres que ao longo de oito quilómetros cruzam a região de Vasserfallen, através das montanhas e dos vales do Jura, que vão terminar ali, no Passwang, onde a paisagem se abre num horizonte a perder de vista, de cortar a respiração - literalmente. Depois de oito quilómetros a subir e a descer os caminhos através de florestas e de prados cheios de vida, chegar a Passwang é uma emoção: um misto de cansaço, de vitória e de alegria.

A visão que se abre sobre o resto do mundo - dali é o que parece -, com a ravina abrupta diante dos pés, a marcar o fim da montanha, o vale imenso lá em baixo, em parte oculto sob a névoa, e, ao longe, quase mística, a cadeia montanhosa dos Alpes, a toda a largura do horizonte, com a serrilha dos picos brancos, é a recompensa feliz de um dia de caminhada.

Antes do regresso, paragem obrigatória na pequena taverna local, a Bergwirtschaft Oberer Passwang: paredes brancas, telhado inclinado, para evitar acumulações de neve no inverno, portadas e traves de madeira, vasos coloridos nas janelas. E, cá fora, uma esplanada com mesas rústicas e bancos corridos de madeira. O recanto perfeito para um fim de tarde no topo do mundo.

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