O satélite europeu que vai permitir obter as primeiras imagens dos polos do Sol, o Solar Orbiter, foi este domingo (EUA) lançado com sucesso e leva a bordo tecnologia portuguesa, das empresas Critical Software, Active Space Technologies e Deimos Engenharia..O engenho da Agência Espacial Europeia (ESA) foi lançado por um foguete norte-americano, em parceria com a NASA, com sucesso às 23:03 de domingo (04:03 em Lisboa) a partir da base de Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, disse um responsável da ESA..A bordo leva dez instrumentos científicos que pesam ao todo 209 quilos para uma missão que deverá custar 1,5 mil milhões de euros.."Temos um objetivo comum, o de tirar o máximo proveito científico desta missão. Acho que teremos sucesso", afirmou a diretora da divisão de ciências heliofísicas da NASA, Holly Gilbert..A Critical Software concebeu vários sistemas de 'software' do satélite, como os sistemas centrais de comando e controlo, de deteção e recuperação de falhas e de gestão de comportamento térmico, segundo informação da empresa..A Active Space Technologies fabricou componentes em titânio para o braço de suporte e orientação da antena de comunicação do satélite com a Terra e canais igualmente de titânio, para a passagem de luz, que atravessam o escudo térmico do aparelho, adiantou a companhia à Lusa..A Deimos Engenharia, braço português da componente tecnológica do grupo espanhol de engenharia e construção de infraestruturas Elecnor, trabalhou na definição e implementação da estratégia para testar os sistemas de voo do Solar Orbiter..Aparelho vai estar a 42 milhões de quilómetros do Sol.A missão do Solar Orbiter (Orbitador Solar) vai permitir obter as primeiras imagens dos polos do Sol, considerados chave para se compreender a atividade e os ciclos solares..Por outro lado, salientou a ESA, será o primeiro satélite europeu a entrar na órbita de Mercúrio e a explorar a conexão entre o Sol e a Terra para entender melhor o clima extremo no espaço..O aparelho, que estará a 42 milhões de quilómetros do Sol na sua maior aproximação, o equivalente a um quarto da distância que separa a estrela da Terra, está equipado com dez instrumentos para observar a superfície turbulenta do Sol, a sua atmosfera exterior e as alterações no vento solar (emissão contínua de partículas energéticas a partir da coroa, a camada mais externa da atmosfera solar)..O Solar Orbiter, preparado para enfrentar temperaturas de 500ºC, trabalhará em complemento com a sonda norte-americana Parker Solar Probe, em órbita desde 2018, e que tem quatro instrumentos para estudar o campo magnético do Sol, o plasma, as partículas energéticas e o vento solar..Os cientistas esperam obter com este satélite respostas sobre o que leva à aceleração das partículas energéticas, o que acontece nas regiões polares por ação do campo magnético, como é que o campo magnético é gerado no Sol e como se propaga através da sua atmosfera e pelo espaço, como a radiação e as emissões de plasma (gás ionizado formado a elevadas temperaturas) da coroa afetam o Sistema Solar e como as erupções solares produzem as partículas energéticas que conduzem ao clima espacial extremo próximo da Terra.