Em janeiro e fevereiro deste ano já morreram 12 mulheres em contexto de violência doméstica, entre elas uma criança de apenas 2 anos. Em cinco dos crimes, o homicida foi o namorado ou o marido. Três das vítimas foram mortas por ex-companheiros e outras três morreram às mãos de familiares próximos, como o pai, o cunhado ou o genro. Há ainda um caso registado como violência doméstica mas cujo suspeito é desconhecido. Conheça as histórias..5 de janeiro.Lúcia Rodrigues, 48 anos, foi morta com um tiro de caçadeira pelo companheiro, Nuno Guerreiro. O homem, de 42 anos, suicidou-se de seguida. Os dois viviam há um ano na Rua do Infantário, no centro de Lagoa. Foi em casa que Lúcia foi morta. Os corpos foram encontrados no interior, junto à porta. O casal estava junto há três anos. Lúcia tinha dois filhos, Nuno tinha um..7 de janeiro.Quando a mãe do marido morreu e este foi preso, uma mulher começou a viver um inferno com o cunhado que queria a casa - num bairro camarário - para ele. A habitação na ilha Terceira, nos Açores, foi o motivo para a mulher ser morta à pancada pelo cunhado. Com um amigo, o homem arrombou o portão exterior e depois uma janela, por onde entrou, na madrugada do dia 7 de janeiro de 2019. A vítima foi espancada e, apesar de ter recebido assistência médica, acabou por morrer em consequência das agressões sofridas. Os dois homens, ambos desempregados, já estavam referenciados pela polícia e estão em prisão preventiva. .11 de janeiro.Maria Eufrázia Rosado, de 83 anos, e a irmã, LuziaRosado, de 80 anos, foram mortas a tiro, em Évora, pelo marido da primeira. Joaquim Risso, de 83 anos, matou-as a tiro, em casa, e tentou o suicídio a seguir. Foi encontrado com vida, mas acabou por morrer no hospital. O motivo para os crimes foi o desacordo em relação ao melhor dia para a matança de um porco..11 de janeiro.Vera Silva, de 30 anos, foi morta em casa, no Bairro Cor de Rosa, no Pragal, em Almada. A mulher foi espancada pelo ex-companheiro e arrastou-se até às escadas do prédio onde gritou por ajuda. Os ferimentos eram tão graves que Vera Silva ficou quase irreconhecível. Acabou por não resistir e morreu horas depois no hospital. O ataque de que foi vítima foi descrito como tendo sido "de raiva extrema". A Polícia Judiciária de Setúbal continua à procura do agressor..17 de janeiro.Fernanda tinha 71 anos e foi morta a tiro de caçadeira pelo marido, de 72 anos. O homem, que era caçador, suicidou-se depois de ter atirado na mulher. A vítima morreu na casa que os dois partilhavam há 40 anos. O crime aconteceu em Oeiras e o casal já tinha um histórico de violência doméstica..27 de janeiro.Apesar de as autoridades ainda não terem identificado o suspeito, a polícia acredita que a mulher de 48 anos que foi espancada e degolada e depois abandonada na sua habitação, em Santarém, foi vítima de umcrime relacionado com violência doméstica. A mulher, brasileira, era prostituta e foi violentamente agredida, depois de alguém ter arrombado a porta da casa onde recebia clientes. O crime está a ser investigado pela Polícia Judiciária..31 de janeiro.MarinaFernandes tinha apenas 25 anos e foi morta à facada pelo namorado, um bombeiro, em Moimenta da Beira. O corpo foi encontrado pelo filho da vítima, uma criança de 5 anos. A mulher foi assassinada na casa onde vivia com os dois filhos (tinha ainda uma outra criança, de 2 anos). O homicida, de 26 anos, foi detido no dia do crime e confessou ter matado a mulher, que era sua amante. Está em prisão preventiva..4 de fevereiro.Foi um dos casos mais chocantes deste ano. Helena Cabrita, de 60 anos, foi morta de forma violenta - a mulher foi degolada - pelo ex-genro, Pedro Henriques. O crime foi cometido na casa da vítima, no Seixal. No mesmo dia, o homem matou a filha, de apenas 2 anos, por asfixia, e deixou o corpo na bagageira do carro. Depois de ter ligado para o INEM a indicar o local onde estava o corpo, cometeu suicídio. Apesar das participações da ex-mulher, o Ministério Público arquivou a queixa que nunca foi considerada como estando relacionada com violência doméstica..17 de fevereiro.Ana Maria Silva, de 53 anos, viveu oito anos de uma relação intermitente com o homem que acabou por matá-la, com dois tiros de caçadeira, na noite em que saía de uma danceteria na Golegã. O homem já tinha avisado que iria matar a ex-namorada - que perseguia -, o que a terá levado a abandonar a sua casa, na Chamusca, onde vivia com três filhos maiores, e a mudar-se para Torres Novas..Na noite do crime, o homicida, de 62 anos, esteve duas horas a ver a ex-companheira dançar com um amigo. Esperou que os dois saíssem e atingiu ambos com tiros de caçadeira. O acompanhante de Ana Maria Silva ficou ferido numa mão. A mulher, atingida nas costas com dois tiros, morreu no local. Nem a sobrinha do assassino - que o acompanhou para tentar evitar o desfecho trágico - conseguiu impedir que este cometesse o crime. Escondido em casa de uma irmã, o homicida foi detido em casa de uma irmã e confessou os crimes..A vítima já tinha feito queixa à polícia e, de acordo com o Ministério Público, havia um plano de segurança elaborado para proteger a mulher. Ao DN, as autoridades disseram que nunca foram notificadas dessa medida..6 de março .Ana Paula Comanda, 39 anos, foi morta pelo marido na casa onde ambos viviam na freguesia de Salamonde, em Vieira do Minho, Braga. Embora o presidente da associação de bombeiros locais tenha referido que os conflitos entre o casal eram frequentes, o caso não foi denunciado e acabou com Ana Paula a ser estrangulada pelo marido. Ainda na mesma noite do homicídio, o marido confessou o crime no posto da GNR de Braga, onde se foi entregar..Com Rita Rato Nunes.Notícia atualizada dia 7 de março de 2019