Índia acaba com mochilas pesadas e TPC nos primeiros anos
É o fim das mochilas pesadas e dos trabalhos de casa para os mais novos na Índia. Preocupado com o aumento dos problemas na coluna vertebral, o governo indiano decidiu criar novas regras sobre o peso das mochilas e os TPC.
De acordo com o The Telegraph, o governo publicou novas diretrizes sobre o peso das mochilas escolares de acordo com a idade das crianças, baseando-se em estudos que mostram que o peso excessivo pode afetar a coluna vertebral, que ainda se encontra em desenvolvimento.
Com base nas novas regras, os professores não podem marcar trabalhos de casa às crianças que frequentam os dois primeiros anos de escolaridade, para evitar que tenham de transportar os livros.
No estado de Maharashtra, por exemplo, o peso das mochilas já não pode exceder 10% do peso corporal das crianças, pelo que muitas escolas estão a usar quadros brancos e projetores para que os alunos não tenham de ir carregadas com livros para a escola.
Nas zonas mais rurais, as crianças têm de andar grandes distâncias com peso excessivo nas mochilas. Há estudantes, lembra o Telegraph, que atravessam rios com os livros à cabeça para conseguir chegar à escola.
Daqui para a frente, os professores não podem pedir aos alunos que levem livros adicionais ou material extra para a escola. Segundo o India Today, o peso das mochilas das crianças dos dois primeiros anos de escolaridade não deverá exceder 1.5 quilogramas, enquanto a mochila dos alunos do terceiro e quarto anos deve pesar entre 2 a 3 quilos.
Um estudo realizado na Índia concluiu que 68% dos pré-adolescentes estão em risco de desenvolver dores leves nas costas, que podem evoluir para dores crónicas e posturas desadequadas.
De acordo com a investigação, que inclui entrevistas com 2.500 crianças das principais cidades indianas, mais de 88% dos alunos com idades compreendidas entre os 7 e os 13 anos carregavam mais de 45% do seu peso total às costas.
Em Portugal, o peso das mochilas é um tema que tem estado em discussão nos últimos anos. No início do ano passado, foi entregue no Parlamento a petição pública "contra o peso excessivo das mochilas em Portugal", que reuniu mais de 50 400 assinaturas. Posteriormente, em outubro, os partidos uniram-se, recomendando ao Governo onze medidas sobre o mesmo tema, entre as quais uma campanha de sensibilização para se monitorizar o peso das mochilas e um estudo da Direção-Geral de Saúde sobre o efeito do peso da mochila e dos materiais obrigatórios nas crianças.