O primeiro-ministro defendeu esta terça-feira que Portugal tem razões para dizer "alto e bom som" que é um dos países mais seguros do mundo, embora admitindo preocupações com o aumento de certos tipos de criminalidade..Luís Montenegro falava durante a tomada de posse do diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Orlando Carvalho, e do diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, que decorreu no Ministério da Justiça, em Lisboa, aproveitando para deixar um elogio mais global.."É preciso dizer às portuguesas e aos portugueses que nós temos razões para confiar nas nossas polícias, nós temos razões para confiar nos nossos serviços públicos e nós temos razões para dizer alto e bom som que somos um país seguro, um dos mais seguros do mundo", disse..O chefe do Governo admitiu preocupação com o aumento de alguns fenómenos criminais, como a delinquência juvenil ou a criminalidade grupal, o combate à corrupção ou o tráfico de drogas internacional e até interno, "muito à mostra, sobretudo em Lisboa e no Porto, assustando também as pessoas".."Mas também não deixemos de dizer que um dos maiores fatores de competitividade que o país tem é ser seguro, e é seguro porque temos pessoas e instituições habilitadas, qualificadas, para poder garantir essa segurança", disse..O primeiro-ministro apontou a segurança como um dos fatores da competitividade interna, a par da boa localização geopolítica e geoestratégica do país, "uma boa qualificação dos seus recursos humanos, uma boa academia, bons investigadores, boa ciência, bons projetos empresariais, qualidade de vida, um património natural riquíssimo".."Cabe-nos a todos, com os instrumentos que temos, garantir que continuamos a ser um país seguro e um país que tem, nos seus valores, a salvaguarda da dignidade da pessoa, a salvaguarda dos direitos das mulheres e dos homens que vivem, trabalham ou passam por cá", disse..Montenegro elogiou os recém-empossados Orlando Carvalho e Luís Neves, "ambos personalidades com provas dadas e com a ambição de fazer mais e melhor ainda no futuro"..Em concreto ao diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Montenegro deixou garantias de que o Governo pretende "continuar a tomar medidas para que os serviços prisionais deem à sociedade uma imagem de salvaguarda dos direitos dos reclusos, mas também de segurança face àquilo que têm sido episódios que induzem em sentido contrário"..A fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus em setembro levou à demissão do então diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais Rui Abrunhosa Gonçalves, que apresentou pedido à ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, também presente na cerimónia.."É nosso propósito continuar a investir nos espaços físicos e continuar a investir nos recursos humanos", prometeu Montenegro..Ao diretor Nacional da Polícia Judiciária reconduzido, o chefe do Governo considerou que há um "bom ponto de partida" do trabalho feito nos últimos anos, que permitiu a esta força de segurança "estar concentrada em poder cumprir a sua tarefa investigatória".."Temos de ter noção que muitas vezes é pelo trabalho das polícias, dos órgãos de política criminal, das magistraturas (...) que, em alguns casos, nós chegamos ao final do ano e registamos um aumento da criminalidade participada. E que isso nem sempre significa que a quantidade de crimes aumentou", frisou, numa perspetiva que já tinha defendido quanto aos crimes de violência doméstica..O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, foi reconduzido no cargo por mais três anos para a sua terceira comissão de serviço na liderança da polícia de investigação criminal