Um em cada três doentes avaliados pelas equipas que fazem pré-triagem dos que chegam de ambulância às urgências do Hospital de Santa Maria (Lisboa) eram situações menos graves e alguns foram encaminhados para centros de saúde ou para casa..Segundo disse à Lusa o responsável dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, António Táboas, foram avaliadas em três dias 64 pessoas e 32% eram casos menos graves. Seis foram encaminhados para casa e quatro para centros de saúde.."A maioria dos utentes, cerca de 67%, manteve-se nas urgências pois eram doentes com gravidade, o que equivale às cores vermelho, laranja e amarelo, e os restantes eram doentes menos graves, com o equivalente às cores azul e verde", explicou..A pré-triagem avalia apenas os doentes que chegam de ambulância encaminhada pelo CODU, de ambulâncias que façam transportes de doentes de outras unidades saúde, como por exemplo hospitais privados, e pessoas que "foram de ambulância por motu próprio".."A intenção era aliviar o congestionamento de urgência, evitar que as ambulâncias ficassem retidas e se acumulassem na zona das urgências e garantir que os doentes são avaliados e encaminhados para o local adequado, no menor espaço de tempo possível", explicou..Desta forma, "as ambulâncias podem ficar libertas e disponíveis para outras situações", acrescentou..As equipas de pré-triagem começaram a funcionar depois de na semana passada, nalguns dias, se terem acumulado mais de 20 ambulâncias junto ao Hospital de Santa Maria, com doentes a esperarem dezenas de horas para serem atendidos nas urgências..O responsável do INEM disse ainda que se verificou nos últimos três dias um decréscimo no número de doentes avaliados por estas equipas da pré-triagem no Hospital de Santa Maria, com um total de 34 pessoas na sexta-feira, 16 no sábado e 14 no domingo..No Hospital Garcia de Orta, em Almada, as equipas da pré-triagem avaliaram no domingo, entre as 18.00 e as 21.00 horas, seis doentes, um dos quais teve alta. Os restantes cinco ficaram com pulseira de cor amarela (a terceira no grau de gravidade), que "não é a mais grave, mas necessita de observação hospitalar"..António Táboas sublinhou que o número de chamadas recebidas pelos CODU do INEM baixou na segunda quinzena de janeiro e que o domingo foi o dia do mês com menos chamadas recebidas (3218)..O responsável admitiu que poderá ser já um efeito das medidas de confinamento impostas pelo Governo..Comparando as quinzenas de janeiro, na primeira o INEM recebeu uma média de 4350 chamadas e na segunda uma média de 3844. "Menos quase 500 chamadas em média por dia na segunda quinzena faz com que haja menos sobrecarga sobre os CODU do INEM e também sobre os hospitais ", frisou..Comparando os meses de janeiro deste ano e de 2020 e 2019, o responsável aponta um decréscimo no total nacional de chamadas recebidas pelos CODU: este ano foram 127 000, em 2020 cerca de 130 000 e em 2019 cerca de 132 000.