A greve de trabalhadores da Menzies provocou esta sexta-feira, 8 de agosto, o cancelamento de 12 partidas e oito chegadas de voos no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, até cerca das 10:00, disse o secretário-geral do SIMA, José Simões, à Lusa.Os trabalhadores da Menzies iniciaram esta segunda-feira a segunda greve de quatro dias, de um total de cinco paralisações marcadas para o verão, época alta do turismo, com empresa e sindicato a trocar acusações de indisponibilidade para o diálogo.As greves foram convocadas pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e pelo Sindicato dos Transportes (ST), pelo fim de vencimentos base abaixo do mínimo nacional, melhores salários, cumprimento do pagamento das horas noturnas, entre outras reivindicações, com este segundo período, que começou às 00:00 de hoje, a terminar às 24:00 de segunda-feira.“Esta greve é o resultado direto da intransigência da administração da Menzies, representada pelo seu vice-presidente Rui Gomes, que optou pelo confronto em vez do diálogo, recusando soluções que respeitassem os direitos dos trabalhadores e os interesses do país”, acusou o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), em comunicado divulgado esta quinta-feira.Para o sindicato, “em plena época alta do turismo, a Menzies e a TAP optaram por virar costas aos seus profissionais, aos clientes e a todos os que visitam Portugal, com uma postura arrogante, irresponsável e calculada”..O que está em causa na greve nos aeroportos e qual o impacto previsto. Já um porta-voz da Menzies lamentou, em declarações enviadas à comunicação social, “que os sindicatos insistam em promover uma narrativa distorcida, baseada em alegações infundadas e demonstrem falta de disponibilidade para um diálogo justo e honesto”.“Lamentamos ainda que tenha sido convocada uma greve com base em argumentos deturpados e infundados, e apelamos a um diálogo construtivo, com vista a evitar perturbações desnecessárias para os passageiros numa altura de grande atividade no setor da aviação”, salientou ainda a britânica Menzies Aviation, que detém 50,1% da antiga Groundforce (os restantes 49,9% mantiveram-se na TAP).As paralisações foram convocadas pelo SIMA e pelo Sindicato dos Transportes (ST), pelo fim de vencimentos base abaixo do mínimo nacional, melhores salários, cumprimento do pagamento das horas noturnas, entre outras reivindicações, com o próximo período a ter início às 00:00 de hoje e a terminar às 24:00 de segunda-feira..Greve dos trabalhadores da Menzies provocou o caos no aeroporto. A primeira greve de trabalhadores de assistência em escala, entre 25 e 28 de julho, levou ao cancelamento de várias dezenas de voos no aeroporto de Lisboa, atrasos e casos em que os aviões partiram apenas com passageiros, sem bagagem nem carga, segundo o sindicato.Para a próxima greve, André Silva, porta-voz do SIMA, disse à Lusa esperar um impacto semelhante, embora só nos próprios dias se consiga perceber a dimensão da adesão de trabalhadores e das perturbações na operação.A Menzies considerou que os serviços mínimos definidos pelo Conselho Económico e Social são insuficientes e reiterou que foram implementados planos de contingência “robustos”, alinhados com aqueles serviços mínimos “e com total respeito pelos direitos dos trabalhadores”..Sindicato acusa TAP de substituir trabalhadores da Menzies em greve. O SIMA informou na semana passada que apresentou duas queixas-crime no Ministério Público, contra as administrações da SPdH/Menzies e da TAP, uma delas por violação da Constituição da República e da Lei da Greve, “com base na substituição direta de trabalhadores grevistas, alterações unilaterais de horários, suspensão de pausas durante períodos de calor extremo, e diversas formas de repressão e pressão ilegítima sobre os trabalhadores”, e outra “por pagamento de salários base abaixo do salário mínimo nacional, uma infração grave e inaceitável à legislação laboral portuguesa".Em declarações enviadas naquela altura, a Menzies disse não prestar comentários sobre matérias de foro legal, garantindo que atua “de forma rigorosa, em conformidade com a lei” e com as obrigações contratuais assumidas, “mantendo um firme compromisso com práticas laborais justas e com um diálogo aberto e construtivo com todas as partes interessadas”.Estão marcadas greves até ao último fim de semana de agosto, na totalidade dos dias entre 15 e 18 de agosto, 22 e 25 de agosto e 29 de agosto e 01 de setembro.